A primeira máquina desenvolvida no Brasil para a colheita de uvas no sistema latada foi criada pelos irmãos Tiago, 27 anos, e Miguel Battistin, 30 anos, agricultores de Nova Roma do Sul. A dupla uniu os conhecimentos em viticultura e em mecânica, e, com o incentivo do vizinho Nestor Marmentini, já estão na terceira versão do equipamento, que foi sendo aprimorado a cada ano.
Segundo Tiago, as primeiras versões não deram certo porque a máquina vibrava muito e, por consequência, estragava o parreiral. Mas os testes continuaram a ser feitos. “No início o pessoal dizia que a gente estava louco. Até que um dia convidamos nosso vizinho, o Nestor, para vir conhecer. “Ele gostou da ideia e propôs investir nela custeando nossos gastos”, explica o jovem. O ‘inventor’ conta que na hora os irmãos pensaram em negar o apoio financeiro, mas depois aceitaram. E o projeto seguiu em frente.
A certeza de que estavam no caminho certo veio depois de uma visita ao Chile para conhecer, de perto, uma máquina nesses moldes. “Nossa máquina estava quase pronta, depois dessa visita foi só ajustar
alguns detalhes”, conta Tiago. Hoje, a máquina criada pelos Battistin está pronta para colher a vindima 2016. “Esse ano será para fazer testes e ver o que precisa ser melhorado. Como nós trabalhamos no dia
a dia da colônia sabemos o que precisa ser melhorado”, afirma.
A máquina para colher uva em sistema latada pode colher até cinco mil quilos de uva por hora. “Isso significa um dia inteiro de trabalho para cinco pessoas que ficam embaixo do parreiral 12 horas”, explica o
jovem agricultor. Se tudo der certo, a ideia é investir na pequena mecânica que os irmãos têm na propriedade dos pais, no interior de Nova Roma do Sul, e trabalhar na montagem de novas máquinas
para a venda. O valor estimado do protótipo fica entre 200 e 250 mil reais.