Atenção com o parreiral após a colheita da uva

Luís Carlos Diel Rupp
ruppluis@gmail.com

De um modo geral, na região da Serra Gaúcha após a colheita os parreirais não recebem mais cuidados. Esta prática, no entanto, pode trazer prejuízos às plantas e, portanto, a produção futura.
Porque isto? Porque a cada novo ciclo, o crescimento dos ramos, o aumento de diâmetro das partes velhas e a formação das flores são feitos a base das reservas acumuladas durante o descanso vegetativo.
E quando a planta acumula estas reservas? Especialmente após a colheita da uva. Para que haja este acúmulo é fundamental manter as folhas sadias, para que permaneçam ativas, fazendo fotossíntese o maior tempo possível após a colheita.
Como é este processo? O açúcar decorrente desta atividade é armazenado como amido nas partes permanentes – tronco, braços e raízes. Para iniciar um novo ciclo, este amido é convertido novamente em açúcar, fornecendo a energia para a planta se desenvolver. As brotações novas dependem destas reservas até que as folhas  atinjam, aproximadamente, 50% do seu tamanho. Deste período em diante, as folhas não são mais consumidoras, mas se tornam fontes geradoras de açúcar que será exportado para as demais partes da planta, como as raízes e os frutos, por exemplo.
É muito importante destacar que as gemas frutíferas iniciam sua formação durante a estação anterior e se completam durante o verão. Então, a produção de um ano é fortemente influenciada pela safra anterior.
Isso explica a importância dos cuidados após a colheita, visando manter as folhas ativas mais tempo e, para isso, é importante controlar as doenças que ocorrem neste período como, por exemplo, o míldio e a mancha das folhas. Assim, uma ação fundamental é a aplicação de calda bordalesa, na dose de 1%, adicionada de água de cinza, também na dose de 1%. Estes tratamentos, em função do clima e da ocorrência destas doenças podem até ser repetidos, sem qualquer risco para as plantas.  Nos parreirais mais fracos, ou em implantação, até mesmo a adubação pode ser feita, sempre considerando no máximo uma dose de 25% a 30% do total da safra. Não se pode exceder neste momento para não incentivar a formação de novas brotações, que se ocorrerem  que se ocorrerem trarão mais problemas que benefícios.

Manejos no período pós-colheita são fundamentais para sucesso da  próxima safra.

Manejos no período pós-colheita são fundamentais para sucesso da próxima safra.