Comércio de alimentos no ‘celeiro do Brasil’

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Família de Ari Garibaldi estruturou negócio no Estado do Paraná e leva frutas verduras e legumes para os quatro cantos do país

Ari Garibaldi, ao centro, mantém o negócio de compra e venda de verduras, legumes e frutas juntamente com a esposa Maria Assunta e os filhos Cidiomar (D) e Nicolas (E).

Ari Garibaldi, ao centro, mantém o negócio de compra e venda de verduras, legumes e frutas juntamente com a esposa Maria Assunta e os filhos Cidiomar (D) e Nicolas (E).

Natural da comunidade de Santa Líbera, interior de Flores da Cunha, na Serra Gaúcha, o produtor Ari Garibaldi, 49 anos, decidiu substituir o trabalho direto com a terra pelo comércio de alimentos em outro Estado. A família de Garibaldi, ou ‘Gariba’, como é conhecido pelos amigos, vizinhos e clientes, está inserida em um cenário agrícola rico e que tem notável importância na produção nacional.

Não à toa, o Paraná é conhecido como o ‘celeiro agrícola do Brasil’. Os paranaenses são líderes em culturas como o milho e o feijão, além de figurar entre os maiores produtores de trigo, soja e cana-de-açúcar. Foram alguns desses alimentos que Ari e o irmão Roque começaram a plantar quando, há mais de 10 anos, deixaram o Rio Grande do Sul para construir vivência na cidade de Campo do Tenente, no Planalto Paranaense. Atualmente, Ari mora na cidade de Mandirituba, na região metropolitana de Curitiba, onde não lida mais com as lavouras e plantas, mas leva alimento para os mais diversos Estados brasileiros. Tornou-se um comerciante da agricultura.
Ainda nas terras dos pais Tereza e Osvaldo, na Serra Gaúcha, Ari começou a empreender na colônia. Viu que trabalhar unicamente com os vinhedos já não estava tão lucrativo e, por isso, iniciou uma produção de verduras como alho, cenoura e beterraba. “Vi que somente a uva já não dava mais. Estava caro cultivar e barato para vender. Partimos para outras culturas e, mais tarde, vi que poderia aproveitar melhor o mercado consumidor. Morei seis anos em Vacaria, onde também permaneci plantando e vendendo”, recorda Ari.

Durante esse tempo, ele vendeu seus produtos para a Central de Abastecimento (Ceasa) de Porto Alegre. Durante sete anos adquiriu experiência e muitos quilômetros de estrada. Percebeu que seu recente mercado de compra, o Paraná, tinha uma potência a ser explorada. Juntou as malas e partiu para o Estado vizinho. “Estávamos vendendo bastante para o Paraná, então resolvemos ir para mais perto, até mesmo para aumentar a lucratividade e gastar menos com frente. Fui ‘subindo’ e chegando sempre mais perto do meu mercado”, admite Ari.
Inicialmente, o trabalho na cidade paranaense de Campo do Tenente incluiu o cultivo de verduras e grãos como milho e soja. Por mais seis anos Ari dedicou-se ao cultivo e também venda de alimentos, até que decidiu focar o trabalho no comércio de alimentos. Mudou-se para Mandirituba e, com o auxílio da família, viu seu negócio crescer. “Viemos morar mais perto da capital e começamos alugando um barracão onde trabalhávamos com a chegada e envio dos produtos”, conta Ari. Com o passar dos anos, o negócio foi se estruturando e modificando.

A agricultura virou empresa e negócio de comércio. “Atualmente trabalhamos com compra de mercadorias, das quais são realizadas em todo o Brasil e, consequentemente, a venda se realiza da mesma forma. Desta maneira, onde há falta de produtos conseguimos fazer o abastecimento independente do lugar”, acrescenta o comerciante.

Investimento na compra e venda
Hoje Ari, a esposa Maria Assunta, 50 anos, e os filhos Cidiomar, 23 anos, e Nicolas, 17 anos, trabalham integralmente no negócio da família. Eles adquiriram um terreno onde construíram o barracão próprio com mais de dois mil metros quadrados. No local existe estrutura com câmara fria, além de um espaço para classificação e embalagem dos produtos. “Compramos muitas verduras e frutas da Serra Gaúcha e enviamos a carga para o cliente que precisar, seja lá onde ele estiver. Procuramos por preços bons e com certeza temos boas parcerias com agricultores, o que nos garante, além do preço, qualidade”, valoriza Garibaldi. Na lista de clientes estão distribuidoras, fábricas e supermercados. Para dar conta do trabalho, além da família, são mais 16 funcionários – seis caminhões próprios para o transporte.
Além desse comércio distribuído pelo Brasil, o ponto forte do negócio da família Garibaldi é a venda por meio da Ceasa de Curitiba. Lá é comercializada diariamente uma lista extensa de produtos, principalmente verduras. Olhando para trás, Ari recorda como o trabalho se transformou com o passar dos anos. “No início, nos adaptarmos ao lugar foi um tanto quanto difícil, longe dos familiares e amigos, sem conhecer os moradores da região. Mas nada que com o passar dos dias não fosse resolvido, conquistamos amizades rapidamente”, valoriza Garibaldi, que garante que frequentemente retorna a Flores da Cunha para visitar os pais e amigos, são deles que ele mais sente falta na terra natal. No Paraná, a família fica completa com a nora Caroline e a netinha Melissa.
O próximo investimento de Garibaldi será a aquisição de mais câmaras frias para que a compra e venda de frutas possa ser ampliada. “Quanto mais conseguirmos aumentar nossos produtos, mais clientes teremos. É sempre importante ter envolvimento para que o negócio cresça cada vez mais. Ter meus filhos por perto é bom, pois estou fazendo isso tudo para eles”, valoriza. Mensalmente são descarregadas no barracão da família mais de 40 cargas de caminhão – uma média de cerca de 1,4 mil caixas vendidas diariamente.