Produção notável no Paraná

O produtor Roque José Garibaldi é o terceiro maior produtor de cenouras do Paraná. São 150 mil quilos por mês

O produtor Roque José Garibaldi é o terceiro maior produtor de cenouras do Paraná. São 150 mil quilos por mês

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Roque José Garibaldi, natural de Flores da Cunha, investiu em terras paranaenses
e hoje é o terceiro maior produtor de cenouras do Estado

 

Camila Baggio

 

A história que o Jornal A Vindima conta nesta primeira edição de 2017 será familiar a você, caro leitor. Isso porque nosso personagem da série ‘Cultivando Terras pelo Brasil’, o agricultor Roque José Garibaldi, 55 anos, é o irmão mais velho de Ari Garibaldi, o ‘Gariba’, trajetória que contamos na edição de outubro do ano passado. Irmãos, naturais da comunidade de Santa Líbera, interior de Flores da Cunha, na Serra Gaúcha, Roque também deixou o cultivo exclusivo das uvas na propriedade dos pais Tereza e Osvaldo para se tornar um empreendedor da agricultura. Morando há mais de 10 anos no município de Campo do Tenente, distante cerca de 80 quilômetros de Curitiba, capital do Paraná, Roque, com o auxílio dos filhos, produz e vende uma gama de hortigranjeiros como beterraba, cebola, pepino, abobrinha, batata-doce e o grande destaque, a cenoura, a qual a família é a terceira maior produtora do Estado, sob a marca Hortigranjeiros Garibaldi. Grãos como milho e soja também ocupam a área de 180 hectares da fazenda da família.

Deixar Flores da Cunha foi uma decisão difícil para Roque, mas que teve o incentivo da família e inclusive do irmão Ari, que também encarou o desafio de buscar por um negócio mais rentável e com melhores condições para as famílias. O principal motivo foi a precária situação da atividade vitivinícola. “O trabalho com os vinhedos estava ficando difícil, com cada vez menos lucros, sem condições de sustentar todas as famílias que dependiam dele. Ainda na terra do meu pai, começamos a cultivar hortigranjeiros, depois nos mudamos para Vacaria e hoje moramos em Campo do Tenente. Viemos para cá em busca de áreas maiores de terras e também para ficarmos mais próximos do nosso mercado”, conta Roque. A família morou durante sete anos em Vacaria e atualmente completa mais de 10 em terras paranaenses. No Estado vizinho, os irmãos fixaram residência na cidade de Campo do Tenente. Enquanto o irmão Ari foi para a cidade de Mandirituba e focou o negócio na compra e venda de alimentos, Roque investiu na terra e qualificou a produção de hortigranjeiros. O início da nova vida no Paraná, como é para a maioria dos migrantes, foi difícil. “Passamos por muitas dificuldades por não conhecer ninguém e não ter contato com as empresas e o mercado. Aos poucos fomos nos adaptando às novidades e deixando as dificuldades para trás”, recorda-se o agricultor.

Trabalho desafiador

Os Hortigranjeiros Garibaldi são comercializados em uma rede de supermercados e na Central de Abastecimento (Ceasa) do Paraná. Além de cenoura, são produzidos beterraba, cebola, pepino, abobrinha, batata-doce e grãos como milho e soja

Os Hortigranjeiros Garibaldi são comercializados em uma rede de supermercados e na Central de Abastecimento (Ceasa) do Paraná. Além de cenoura, são produzidos beterraba, cebola, pepino, abobrinha, batata-doce e grãos como milho e soja

De clima subtropical úmido, verões frescos, geadas severas e demasiadamente frequentes e sem estação seca, a cidade de Campo Tenente fica no Planalto paranaense, no sudeste do Estado. As primeiras culturas a serem plantadas precisaram se adaptar a essas condições climáticas. “Uma das principais dificuldades foi por não conhecermos a terra e o clima, mas trabalhando muito conseguimos chegar ao que somos hoje. Em Vacaria fomos um dos maiores produtores de alho, trabalhamos também com cenoura e beterraba. Hoje, aqui em Campo do Tenente, somos o terceiro maior produtor de cenouras do Estado”, orgulha-se Roque, que planta ainda beterraba, cebola, pepino, abobrinha, batata-doce e grãos como milho e soja. A média de produção de cenoura por mês é de 150 mil quilos, comercializados para uma rede de supermercados e para a Central de Abastecimento (Ceasa) do Paraná. “Cerca de 70% da nossa produção de hortigranjeiros é vendida para Curitiba e região. Os outros 30% são comercializados para outros Estados brasileiros”, conta Lucimara, 23 anos, filha do produtor.
Ela e o irmão Micael, 20 anos, auxiliam o pai e garantem dar conta de todo o trabalho. Enquanto Lucimara cuida do agronegócio no escritório; Micael, que é técnico agrícola, trabalha na fazenda. A filha mais velha, Fabiane, 29 anos, seguiu na área pública. Roque e os filhos costumam visitar a família em Flores da Cunha com frequência. “Sinto saudades dos meus pais, familiares e dos amigos italianos que deixei em Flores”, valoriza Roque.