Cotiporã

 

Cotiporã

Cristian Carteri e a esposa Daniela Duz Carteri investem no meio rural pensando também no pequeno deles, o Antony

A ‘joia da Serra Gaúcha’, como Cotiporã é conhecida devido ao seu mercado de fábrica de joias, também tem uma agricultura que cria verdadeiras joias, mas estas de comer. Um dos exemplos é a propriedade de Cristian Carteri, 39 anos. Ele e a esposa Daniela Duz Carteri cultivam uvas finas para a venda in natura e também de variedades americanas. O investimento da família vem sendo na plasticultura, buscando reduzir o uso de insumos químicos e qualificar as frutas. Ao lado do pequeno Antony Duz Carteri, de dois anos, a vida na colônia tem também o peso da qualidade de vida.

Cristian nasceu e cresceu na cidade de Veranópolis. Já atuou como matrizeiro de joias, auxiliar de mecânico, madeireiro e no comércio. Não sabia que um dia, após uma brincadeira com o sogro, conheceria a área a qual se apaixonaria – a agricultura. “Sempre digo que a agricultura é uma atividade que não te enriquece, mas a gente vive bem. Conseguimos trabalhar no que é nosso, temos a liberdade de horários, de folgas, além da qualidade de vida em ter uma hortinha com os nossos alimentos, ter um ar puro e também de ter a possibilidade de criar nosso filho com liberdade para ele crescer”, valoriza Cristian que há oito anos se tornou agricultor.

Na comunidade da Capela São Vicente Cristian e Daniela começaram com dois hectares de vinhedos e, aos poucos, foram aumentando a área e também investindo na produção protegida. “Hoje investimos na plasticultura, com um total de sete variedades de uvas entre americanas e europeias. Também estamos renovando antigos parreirais e buscando sempre aumentar a área protegida. A uva é nossa principal fonte de renda, mas também direcionamos nosso trabalho para o atendimento ao consumidor final”, acrescenta o produtor. A família atende a quem vem em busca da uva e encontra atendimento direto nas videiras, com visitação e atendimento especial. “Intercalamos o atendimento em casa e entregas na casa dos clientes. Procuramos partir para a plasticultura para ter uma redução significativa no uso de agrotóxicos. Utilizamos métodos e práticas de manejo como poda verde, raleio de grãos, desbaste de galhos, tudo para evitar a proliferação de fungos e com isso o uso desses produtos”, destaca.

Além de integrar o programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), Cristian está participando do programa de Produção Integrada de Sistemas Agropecuários em Cooperativismo e Associativismo (PISACOOP), que tem como objetivo auxiliar na produção sustentável de alimentos seguros e de alta qualidade. “Serão três anos de trabalho com o acompanhamento técnico de sustentabilidade da propriedade, gestão e parte técnica. O objetivo é obter o Certificado de Qualidade da Uva. Queremos mostrar que é possível ter uma boa produção, com uma significativa redução de agrotóxicos, respeitando carências, fazendo análises e tendo um diferencial”, aposta o produtor.