De uma maneira geral, as fórmulas mais usadas até agora foram aquelas com concentração alta de Fósforo, como 05-30-15, 04-14-08, 06-24-12. Isso proporcionou aos vinhedos terem boa quantidade deste nutriente e a grande maioria dispensa sua aplicação por permanecer no solo. O Nitrogênio, que é o nutriente com maior influência no crescimento da vegetação, pode se perder mesmo com a seca. Ele tem baixa concentração nas fórmulas usadas e talvez, por isso, o resultado de aplicação de mais de dez sacos por hectare tenha mostrado resultados satisfatórios para o produtor. Dez sacos de uma fórmula com 5% tem 25 kg de Nitrogênio e um saco de uréia tem 22,5 kg. Isso significa dizer que, se for o Nitrogênio que limita a produção, temos praticamente o mesmo resultado da aplicação de dez sacos de adubo comparado com saco de uréia (R$ 600,00 para R$ 70,00)
O Potássio não se perde com seca. É um nutriente que também tem baixa concentração nas fórmulas tradicionalmente usadas e tem levado muitos vinhedos a apresentar insuficiência.
O Boro é o elemento que deve ser monitorado por apresentar resultados, principalmente, na quantidade de grãos verdes presentes no cacho. Há indicativos de que o Zinco também tenha influência nesta característica. A aplicação desses elementos é mais criteriosa e dependente do resultado das análises de solo.
O consenso geral entre os técnicos de ATER é de que os produtores utilizaram excesso de adubações, buscando aumentar a produtividade. Este comportamento foi estimulado ao longo dos anos quando a indústria pagou a uva independentemente da qualidade e o produtor tornava seu vinhedo mais rentável se produzisse grandes volumes. O cenário atual apontado pelas entidades ligadas ao setor indica a necessidade de reavaliação de práticas como a adubação para melhorar a qualidade das uvas e o resultado para o produtor.
Eng.Agro. Altemar Magnabosco altemar@cooperativapradense.com.br