Os avanços do programa ATER podem ser comprovados pelo depoimentos dos agricultores. Acir Borotto, associado da Cooperativa dos Produtores Ecologistas de Garibaldi (COOPEG), cultiva em sua propriedade no interior do município 4,5 hectares de parreirais. “No meu caso, a assistência técnica foi importante, porque nossa terra estava para ser vendida. A uva era barata e muitos fechavam as portas para absorver nossa produção. Então resolvemos fazer diferente dos demais agricultores produzindo de forma orgânica”.
Ele afirmou que os produtores vitivinícolas devem ter atenção porque existem três tipos de técnicos: aquele que vende de porta em porta e aquele que é da empresa e que no ano seguinte não se compromete com a sua produção. No entanto, existe outro técnico – e muitos estão aqui – que orienta a partir de um conjunto de princípios, que projetam um futuro com sustentabilidade da produção e da agricultura familiar.
Ele revela que sua família está produzindo com rentabilidade, com prazer, com alegria graças ao Programa ATER. “Eu peço a vocês: vamos confiar nessa orientação, vamos participar dos cursos, seguir as orientações. Temos que acabar com esse negócio de querer produzir mais e mais, em quantidade, mas produzir com qualidade. Tenho certeza que com as orientações do programa ATER estamos produzindo com vida e dando saúde para os consumidores. Chegou a hora de mudar a nossa forma de trabalhar. Temos que andar juntos: cooperativa, técnico e produtor. Somente fortalecendo esse círculo é que seremos capazes de vencer as dificuldades”.
Orientações sobre gestão
O resultado mais importante que o agricultor Leonir Debiasi percebeu foi na organização da propriedade. Residente na localidade de Marcorama, descreveu com autoridade os aspectos que melhoraram a gestão de sua propriedade. “Se a gente não faz uma boa gestão de recursos, dos equipamentos e dos insumos, reduzimos muito as chances de lucratividade”. Ele revela que com a orientação dos técnicos do ATER conseguiu ter uma base de informações detalhada para a tomada de decisões e realizar o controle dos custos e investimentos.
Em sua manifestação na Jornada Vitícola, Debiasi explicou que as planilhas de controle implantadas com o Programa ATER mostram um grande detalhamento das informações e dados mais seguros. “Hoje, nós somos capazes de saber quanto os gastos com um trator representam de impacto no custo da uva. Tenho o detalhe de custo por hora/máquina, que dá uma dimensão real do custo que a gente tem para produzir e quando tempo de ociosidade tem um equipamento”.
Outro controle importante que os agricultores aprenderam a fazer é o custo do dinheiro para comprar uma máquina ou cultivar o parreiral. O agricultor destaca que o financiamento tem um custo. “Graças ao Programa ATER nós aprendemos a medir o custo e o impacto desse dinheiro na produção e no custo da uva. Por isso, o máximo que nós pudermos detalhar os custos e os investimentos, mais real será a nossa visão sobre os valores e a lucratividade da safra”.
Com base nesses apontamentos os agricultores podem orientar a tomada de decisões. O produtor fez um apelo às autoridades: “Esse programa tem de continuar e ampliar para outros agricultores”.