Dentro do Programa ATER algumas ações dos técnicos merecem destaque. Entre elas, a importante orientação da análise de solo para conduzir o planejamento de adubação e calagem dos parreirais.
Durante o trabalho de acompanhamento, verificamos um caso que reflete uma prática bastante comum na Serra. Um viticultor, que após ter solicitado a realização das análises de solos nos quatro parreirais de sua propriedade, no dia da entrega dos resultados e discussão do planejamento da adubação e calagem, se adiantou: “Nem precisa me mostrar as análises, Paulo. Amanhã já vou encomendar uma carreta de calcário, pois já fazem 5 anos que não aplico mais”. Após convencê-lo a olhar os laudos antes de fazer a encomenda, verificamos que em nenhuma das áreas era necessário o uso do calcário. Ao final o agricultor concluiu: “Ainda bem que fiz as análises de solo, vou economizar uma carreta de calcário”.
Este foi apenas um caso, mas ele ilustra um hábito recorrente de vários agricultores acompanhados pelo projeto ATER, onde a cada 5 anos é feita a calagem dos parreirais sem nenhum parâmetro ou análise de solo. Outro hábito frequente é a exagerada adubação fosfatada, possível de ser constatada na grande maioria dos solos analisados. Os teores de fósforo estão altíssimos, situação que está levando a desequilíbrios nutricionais e perdas de qualidade e produtividade. Por isso, mais uma vez insistimos na importância de se realizar uma análise de solo. Ela é um recurso importante para planejar a adubação e correção dos solos e garantir uma uva de qualidade com redução de custos.