Às vésperas do momento maior do vinho brasileiro

À frente da coordenação técnica na fase de seleção, Zanus repassa informações aos degustadores.
À frente da coordenação técnica na fase de seleção, Zanus repassa informações aos degustadores.

A 26 de setembro será conhecido o que de melhor a indústria vinícola brasileira produziu nessa safra. Na data, no Pavilhão e do Parque de Eventos de Bento Gonçalves, acontece a 17ª edição da Avaliação Nacional de Vinhos, quando serão reveladas e degustadas as 16 amostras de produtos mais representativos da vindima 2009. Como de praxe, a expectativa é de casa lotada: segundo a Associação Brasileira de Enologia (ABE), realizadora da Avaliação, até o final da primeira semana de setembro (quando da conclusão deste texto) “ainda restavam poucas” das 700 vagas para o evento.

 

 

Também no início do mês, a ABE divulgou a relação de comentaristas confirmados para 26 de setembro: até o dia 1º, eram dez experts, de seis países (Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Chile e Inglaterra). Mais seis degustadores irão compor o painel – um dos quais será sorteado no dia da Avaliação mesmo, entre participantes do público que tenham manifestado previamente a intenção de integrar o grupo.

 

A 17ª Avaliação Nacional registrou a inscrição de 308 amostras, apresentadas por 70 empresas, de seis Estados. A fase de seleção das mais representativas se deu de 17 de agosto a 4 de setembro, no Laboratório de Análise Sensorial da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves. Ela envolveu mais de 90 degustadores, de todas as regiões do país, divididos em 3 grupos, detalha o pesquisador da instituição Mauro Zanus, à frente da coordenação técnica nesta etapa dos trabalhos, a cargo da Embrapa Uva e Vinho.

 

Impressões – Sobre os resultados da seleção, Zanus adianta algumas impressões. A despeito de a safra 2009 ter sido regular, “os avanços na viticultura e na enologia” permitiram compensar as adversidades climáticas, redundando em “muitos vinhos brancos e tintos de boa qualidade”, comenta o pesquisador.

 

Outro aspecto por ele salientado é a evolução qualitativa observada nos vinhos-base para espumante, bem como o crescimento de cerca de 30% nas inscrições de amostras na categoria. Para Zanus, este incremento “denota um direcionamento do setor para tal segmento, que tem se mostrado bastante competitivo no mercado, em relação aos importados”.

 

O aumento nas inscrições de amostras de novas áreas produtoras do país (como São Joaquim, em SC, Metade Sul do RS e Nordeste brasileiro) é outro dado assinalado pelo pesquisador.

 

Ele ressalta, ainda, o grande interesse apresentado pelos próprios degustadores em participar da seleção, expresso na frequência e na procura ainda maiores do que as vistas noutros anos. “Cada vez mais os enólogos veem na Avaliação uma oportunidade de aprimoramento técnico e de verificação do que seus concorrentes estão fazendo”, aponta. “Eles de fato percebem o evento como o grande fórum de debate sobre o momento da produção vinícola brasileira”.
Para participar – Quem ainda quiser tentar reservar vaga para a 17ª Avaliação Nacional de Vinhos – cuja taxa de adesão é de R$ 170,00, dando direito a uma taça de vinho e a uma de espumante oficiais para degustação, certificado de participação e almoço – pode contatar a própria ABE, pelo telefone (0xx54) 3452.6289. Mais informações no site Enologia.

 

Foto: Viviane Zanella / Divulgação

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