Asma, uma doença crônica que exige cuidados

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Na agricultura, o cuidado deve se estender não apenas a pacientes portadores de asma, mas a todos os trabalhadores que entram em contato com fatores desencadeantes como pó e insumos agrícolas.

Agricultores costumam lidar com potenciais desencadeantes de crises alérgicas e de asma como pó, agrotóxicos e insumos agrícolas. Por isso, atenção redobrada

Tosse seca, chiado no peito e falta de ar são sintomas comuns em pessoas com alergias respiratórias. Quando esses episódios se transformam em crises frequentes, porém, pode significar asma. A pneumologista Lilian Rech Pasin Jacobi, que atende em Garibaldi, explica que a asma é uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias e que se manifesta por meio desses sinais e sintomas respiratórios. “Chiado no peito, falta de ar, peso ou aperto no peito e tosse são sinais que podem variar ao longo do tempo e também de intensidade, acompanhados por limitação variável ao fluxo de ar das vias respiratórias”, acrescenta a médica. A asma não tem cura, mas o diagnóstico precoce pode melhorar muito a qualidade de vida dos pacientes.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 150 milhões de pessoas sofrem de asma em todo o mundo. No Brasil, este número também é alto e não para de crescer – atualmente estima-se que 10 a 15 milhões de brasileiros tenham a condição crônica, que, vale dizer, é comum aparecer desde cedo, em especial entre crianças de 4 a 6 anos de idade. A doença caracteriza-se por ser multifatorial e heterogênea com relação à resposta inflamatória (que seria a manifestação de seus sintomas), gravidade, história natural (evolução da doença), comorbidades e resposta ao tratamento. “Ou seja, ela se manifesta de diferentes formas a depende de diversos fatores de risco, que são relacionados ao desenvolvimento de asma na infância e adolescência como gênero, predisposição genética, história familiar, atopia (alergias), presença de rinite, urbanização, infecções virais na infância, uso de medicamentos, dieta e tabagismo materno. Já a asma iniciada na idade adulta tem com principais contribuintes a interação da genética e o meio ambiente: tabagismo, infecções na infância, obesidade, depressão, poluição, atividades ocupacionais e baixa função pulmonar”, explica Lilian.

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A médica pneumologista Lilian Rech Pasin Jacobi é graduada em medicina pela UFRGS, com especializações em Medicina Interna pelo Hospital Geral de Caxias do Sul, Pneumologia pela Santa Casa de Porto Alegre e pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e doutora em Ciências Pneumológicas pela UFRGS. Lilian atende na Rua Irmão José Sion, nº 19, na cidade de Garibaldi. Contato pelo telefone (54) 3464.0316.

 

Tratamento
A asma não tem cura, mas o diagnóstico precoce pode melhorar muito a qualidade de vida dos pacientes. “O diagnóstico é feito pelo médico pneumologista, por meio de uma consulta detalhada, e a realização de um exame de função pulmonar chamado Espirometria. Este exame é feito no consultório, de muito fácil realização, e auxilia na confirmação do diagnóstico, avaliação da gravidade da asma e para monitorar a melhora com o tratamento. A asma não tem cura, mas tem tratamento onde o objetivo é fazer com que o paciente não apresente crises, tenha uma qualidade de vida ótima, sem faltas ao trabalho e nem à escola”, determina a pneumologista Lilian Pasin.
Com o surgimento dos principais sintomas da asma como falta de ar, sensação de peso ou aperto no peito, chiado no peito (parecendo um miado de gato) e tosse, um especialista deve ser procurado. “Com isso as crises são evitadas a partir do momento que um tratamento preventivo é instituído , bem como cuidados ambientais, como, por exemplo, evitar entrar em contato com alérgenos irritativos, pó, poeira e mudanças de temperatura”, exemplifica.

Trabalho na agricultura é fator de risco

A pneumologista Lilian Rech Pasin Jacobi explica que, fundamentalmente, existem dois tipos de asma: asma alérgica e não alérgica. Basicamente, o que difere as duas são os fatores desencadeantes de crises e as vias inflamatórias ativadas no organismo. “Por exemplo, na asma alérgica, evidências apontam que, em indivíduos geneticamente suscetíveis, a inalação de alérgenos como pólen, mofo, poeira e assim por diante podem desencadear crises. Já na asma não alérgica, são os poluentes atmosféricos, vírus e bactérias os responsáveis pelos sintomas”, complementa a médica.
No caso dos agricultores, Lilian adverte que a rotina de trabalho inclui potenciais desencadeantes de crises alérgicas e de asma como pó, pode ser de serragem, milho, soja, esterco de aves; agrotóxicos e produtos para tratamento como sulfato de cobre e cal; além do contato com penas de animais e mudanças de temperatura bruscas. “O cuidado deve se estender não apenas a pacientes portadores de asma, mas a todos os trabalhadores que entram em contato com esses fatores. Deve-se usar máscaras quando se lida com produtos tóxicos e potencialmente tóxicos (muitas vezes apenas o produto tendo um odor forte é suficiente para irritar a via aérea e desencadear crises), proteger-se do frio intenso e também do calor excessivo”, recomenda a pneumologista.
Se o paciente for diagnosticado com asma, o uso correto e contínuo dos medicamentos indicados e consultas periódicas com um pneumologista são fundamentais para que a doença respiratória seja controlada. Lilian ressalta que, quando em crise, sempre é recomendado ao paciente procurar atendimento médico, onde será examinado e iniciado prontamente o tratamento. “Dependendo da gravidade da asma, é necessário se iniciar um tratamento com medicamentos inalatórios contínuos. Esses medicamentos são essenciais para o controle da doença e, consequentemente, para melhorar a qualidade de vida do paciente”, reconhece.

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