O ex-Ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, disse que o programa ATER é uma estratégia das cooperativas e dos sindicatos que dialoga com o futuro da produção vitivinícola. A produção das cooperativas e das agroindústrias que absorvem a produção da Agricultura familiar já é qualificada, mas para enfrentar as regras de mercado é necessário qualificar sempre o produto. Para isso, a assistência técnica, hoje, é o que faz a diferença. Ele salienta que na época em que o programa foi apresentado “apoiamos de forma irrestrita, porque se tratava de um projeto consequente, acompanhado e que melhorava as condições do produto”.
Cassel destaca que o programa implantou uma consciência crescente entre os agricultores da exigência de mudança de qualidade e sustentabilidade. “Penso que isso está aparecendo mais, porque a produção familiar está adotando um modelo de produção mais sustentável. Sempre foram os produtores familiares que conviveram melhor com o meio ambiente, que evitaram o uso excessivo de agrotóxicos, insumos químicos, que mantiveram uma produção orgânica e diversificada. O mundo está mais preocupado e prestando mais atenção na sustentabilidade”.
Para o ex-Ministro, é vital para o futuro da agricultura familiar a assistência técnica. “Ela foi abandonada durante muitos anos. Foi vista como um setor pobre, não produtivo. Era um equívoco absurdo e lamentável”. No entanto, explica que os governos recentes passaram a enxergar esse setor como economicamente importante para a nação, porque produz 70% do se consome no país. Essa concepção passou a exigir mais acompanhamento técnico e orientação. Por isso, não é razoável que se produza sem tecnologia, sem conhecimento. “O programa ATER faz isso: democratiza o acesso ao conhecimento e o acesso à tecnologia. Permite uma produção de maior qualidade para quem consome e melhores preços e maior renda para quem produz”.
Por Guilherme Cassel
