Planta piloto para produção de pellets foi inaugurada em Bento Gonçalves, em uma parceria de Brasil com a Alemanha
O destino final do bagaço da uva, resíduo abundante durante a produção dos vinhos, sucos e espumantes na Serra Gaúcha, passa a ter um destino ecologicamente correto ao se transformar em fonte de energia. No dia 24 de outubro, a Fundação Proamb, de Bento Gonçalves, e o instituto de agroecologia alemão Agrosciense, apresentaram uma planta piloto para produção de pellets (veja no quadro) a partir do bagaço e engaço da uva. O equipamento começou a funcionar de forma provisória na Cooperativa Vinícola Aurora para aproveitamento de biomassa (no caso os resíduos da indústria vitivinícola) como fonte de energia, ou seja, a máquina une madeira, aditivos e bagaço de uva para formar cilindros usados como combustível na alimentação de caldeiras ou até lareiras, os quais são chamados de pellets. A nova tecnologia será testada durante a safra de 2013. “O que era lixo hoje passa a ser visto como matéria-prima. Inovação exige 5% de novas ideias e 95% de suor. Este projeto é um exemplo disso, pois há mais de um ano trabalhamos nele”, disse a vice-governadora e ministra da Economia, Energia e Planejamento do estado alemão da Renânia-Palatinado, Eveline Lemke, durante a inauguração do projeto.
A Serra Gaúcha representa 90% da produção de uvas e vinhos do Estado. Na última safra, foram colhidos aproximadamente 700 milhões de quilos da fruta. Desse volume, cerca de 1/5 vira bagaço e engaço – no caso da Aurora são cerca de dez mil toneladas de resíduos geradas de acordo com a colheita de 60 milhões da última safra. Por enquanto, a máquina instalada em Bento Gonçalves produz cerca de 10kg de pellets por hora. A ideia é que o material produzido seja utilizado como combustível nas caldeiras das próprias vinícolas. Hoje, as caldeiras são alimentadas com óleo. Uma tonelada de pellets gera a mesma energia que 500 litros de óleo, porém o custo dos pellets é três vezes menor do que o combustível fóssil (óleo). Uma das principais vantagens é que o processo é todo feito dentro das próprias empresas tornando-o sustentável.
Inauguração
A apresentação inicial do projeto foi comemorada pelos idealizadores e por autoridades gaúchas e alemãs. A presidente da Proamb, Juliana Ferrari Dal Piaz, lembrou que a vinda do equipamento mostra uma sintonia entre as instituições brasileiras e alemãs e aproxima as tecnologias dos dois países. Para a ministra Eveline Lemke, é importante que se tenha cuidado com os recursos naturais, por isso, novas tecnologias são necessárias. “Não se trata apenas de lucro. Há muito mais em jogo aqui. Na Europa, até pela escassez de terra tivemos que nos preocupar muito antes com a parte do meio ambiente e agora podemos ajudar o Brasil a fazer matéria-prima a partir do lixo”, destacou.
O vice-governador do Estado, Beto Grill, complementou que o projeto é o início de novas parcerias entre os governos da Alemanha e do Brasil, especialmente com o Rio Grande do Sul. “É preciso inovar, mas dentro dos princípios de desenvolvimento sustentável, crescimento econômico e bem-estar. Precisamos apostar na nova economia, mas também fortalecer a nossa base produtiva. A partir daí toda a cadeia será fortalecida”, apontou.
A destinação dos resíduos da indústria vitivinícola é um problema recorrente na Serra Gaúcha. Hoje, os produtores têm um alto custo com a destinação de bagaços e engaços. Até poucos anos, o material era espalhado nos vinhedos, entretanto uma medida da Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler) proibiu essa prática.
O que são pellets
São partículas desidratadas e prensadas de madeira moída, geralmente produzidos a partir de serragem ou serradura de madeira. No caso da Serra Gaúcha, os pellets são produzidos a partir da secagem, moagem do engaço e do bagaço de uva e posterior peletização (processamento). Por ser um tipo de biomassa, o pellet é uma fonte de energia renovável.
Foto: Gilmar Gomes/Divulgação
Respostas de 3
A peletização do bagaço e engaços da uva é inviável, pelo menos no Brasil, onde a lenha ainda é extremamente barata. Melhor seria secar os resíduos da uva ( a 15%) e posteriormente queimar estes resíduos, sem peletizar.
É importante mencionar que o poder calorífico dos resíduos da uva, depois de secos, tem o mesmo poder calorífico do pellets.
Porque gastar uma fortuna e fazer pellets, basta secar os resíduos.
FAVOR ENTRAR EM CONTATO URGENTE HH ADVOCACIA / MILENE 35913339
aT
Bom dia Senhores,
Estou a procura da bagaço de uva para exportação ,alguém pode e ajuda por favor?
att