Com mais de 483 mil habitantes, Caxias do Sul hoje é um município centralizador da região mais diversificada do Brasil, com indústria metalmecânica de destaque. Mas não é apenas a área empresarial que se moderniza, a agricultura também tem suas virtudes e se renova constantemente. Assim é na propriedade de Marco Antonio Toss, 26 anos. A família trabalha com hidroponia em NFT sob a marca Salute Hidroponia na comunidade de Bevilacqua, no distrito de Fazenda Souza. O trabalho em mais de 2 mil metros quadrados de área resulta em uma produção anual que gira em torno de 100 mil maços de rúcula e radicci.
Com uma família enraizada na agricultura, Marco tem o suporte dos pais, Ademir Antonio Toss e Odete Boff Toss, e do cunhado Jonathan Bonella, para o trabalho que dura o ano todo. O sistema de hidroponia em NFT (uma técnica de cultivo em água no qual as plantas crescem tendo o seu sistema radicular dentro de um canal ou canaleta através do qual circula uma solução nutritiva composta de água e nutrientes) é uma das tecnologias buscadas e que é aprimorada anualmente. “Em nossas estufas procuramos trabalhar a planta da forma mais natural possível, sem apressar seu crescimento, para que com isso ela entregue o máximo de sabor quando estiver pronta. A hidroponia por si já necessita de tecnologia para produzir em alta escala e com qualidade. Um exemplo é o ‘timer’, que controla a adubação e água, utilizando apenas o necessário para planta, sem desperdícios”, conta Marco.
Para o jovem, o principal motivador em permanecer na área rural é ter a possibilidade de produzir alimentos de qualidade e ser reconhecido por isso. “Não existe dinheiro que pague um simples elogio do consumidor ao comprar o produto quando o mesmo chega recém-colhido nos mercados. Isso me deixa muito alegre, pois sei que o eu faço não é em vão. Nós não podemos mudar o mundo, mas se pudermos melhorar apenas um pedaço dele, que seja ajudando na qualidade de vida das pessoas”, valoriza. E se Marco sabe bem seu motivador, também conhece os desafios do setor. “Para nós a falta de mão de obra é um problema. Meus pais já estão envelhecendo e isso requer muita atenção na continuidade do trabalho. Outra meta a ser buscada é com o futuro. Precisamos mostrar às pessoas que nós, agricultores, somos os que mais se preocupam com o que faz parte da mesa dos consumidores. É no trabalho bem executado do dia a dia que vamos colher os resultados”, reconhece.