Conforme o meteorologista do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Glauco Freitas, o que pode influenciar o clima nos próximos meses é uma condição de neutralidade climática, ou seja, sem influência de El Niño ou La Niña. “Embora estudos mostrem que os anos de neutralidade o Rio Grande do Sul recebam chuvas abaixo do normal, não se pode lidar com uma regra geral, como é o caso do mês de janeiro que choveu bem. A tendência pra fevereiro é de chuva abaixo do normal, isso não significa que pode haver períodos prolongados de estiagem”, analisa.
Conforme Freitas, a radiação de onda curta – que favorece a uva – vai estar acima da média climatológica, o que pode beneficiar a produção, dependendo o momento. “Isso não impede que ocorra eventos de granizo, tempestades ao longo de fevereiro e também de março, o que é normal de acontecer todos os anos; talvez seja com um pouco menos de incidência”, destaca.
O meteorologista frisa que a região da Serra é propícia a quedas de granizo e temporais por que existe muito contraste de temperatura. “Para março, a previsão são chuvas dentro da normalidade, sendo que ao final do mês poderá ter chuvas acima da média.” Portanto, quem for colher uva até o final de março deve ficar atento. É importante salientar, que como é previsão para vários meses, e por ser um período de neutralidade climática, a precisão se torna menor.
“O volume de chuvas depende da distribuição dela. Pode em um dia chover todo o previsto e ter seca em outros dias. A previsão é que chova acima da média, podendo ter um período de estiagem não muito prolongado, e o mês de março chuvas dentro da normalidade em grande parte do Estado, sendo que em algumas regiões pode ficar acima do previsto”, define Freitas. Quanto aos fenômenos meteorológicos, como granizo, tornados, ondas de calor ou seca, eles podem acontecer, com menos ou mais incidência, dentro do que ocorre no verão.
Vale ressaltar que a avaliação feita pelo meteorologista para o maior volume de chuvas no Estado é a situação do Oceano Atlântico aquecido, que gera mais umidade, jogando esta umidade sobre o Estado, fazendo com que as nuvens de chuva se fortaleçam, gerando dessa forma mais chuva que os modelos estão indicando. Em janeiro, por exemplo, o Oceano Atlântico esteve com 1,5ºC acima da média, gerando umidade e contribuindo para as chuvas acima da média.