Como encarar a menopausa?

Alterações hormonais são responsáveis por uma série de mudanças no corpo da mulher que, com o tratamento adequado, podem ser amenizadas

Por: Camila Baggio

Os homens e as mulheres passam por processos completamente diferentes no decorrer da vida, contudo existem algumas situações em que esses organismos funcionam de maneiras bem similares, principalmente quando os anos passam e são chegadas as assustadoras menopausa e andropausa. Este é um período comum de envelhecimento de ambos os sexos, mas acontece de forma muito diferente e parecida ao mesmo tempo. Neste mês, o Jornal A Vindima entrevistou o ginecologista Márcio Rigotto, que atende em Flores da Cunha, para falar sobre a menopausa, esclarecendo algumas dúvidas sobre essas mudanças que nada mais são que alterações nos índices hormonais da mulher. A andropausa será o tema abordado na nossa próxima edição, no mês de maio.

Dr
Médico ginecologista Márcio Rigotto atende no Edifício Centro Médico, na Rua Frei Eugênio, nº 220, no Centro de Flores da Cunha, e tem parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Contatos pelo telefone 3292.3433

A menopausa é um dos períodos mais delicados da vida de qualquer mulher, contudo é um processo natural em que o organismo envelhece e, como consequência, os ovários vão diminuindo a produção de estrogênio e progesterona. Isso tudo resulta em uma série de mudanças no organismo da mulher, tendo alguns sintomas mais conhecidos, mas que dependem muito de mulher para mulher. Para amenizar esse sinais incômodos como os calorões, existe a reposição hormonal, que pode ser feita por meio da reposição tradicional ou a natural, com hormônios derivados da soja. “Existem variados tratamentos para um mesmo sintoma. As pacientes nunca podem se comparar umas com as outras, pois cada mulher tem uma reação aos tipos de hormônio e os sintomas podem ser os mais variados. Existe ainda o aspecto psicológico que difere muito”, explica o ginecologista.
Com a passagem do climatério para a menopausa, os sintomas como os fogachos podem se intensificar, bem como as variações de humor. Outros sinais também são percebidos pelas mulheres, trazendo dificuldades sexuais já que a libido e a lubrificação caem consideravelmente, além de infecções urinárias e vaginais, tudo em função da baixa de hormônios. “Os sintomas são muito relativos de cada mulher. Algumas sentem ainda mais sensibilidade nas mamas, pele mais flácida e ressecada. Com as reposições hormonais, essas queixas podem ser amenizadas. Além disso, se a paciente já tem uma tendência genética, com a baixa hormonal ela pode desenvolver pressão alta, a hipertensão, o hipotireoidismo, pequenas alterações cardíacas, como arritmias e isquemias, além da osteoporose, que é o desgaste dos ossos. Por isso reposições de hormônios e cálcios são importantes”, complementa o médico Márcio Rigotto. O acompanhamento de um profissional é fundamental para avaliar qual o melhor tratamento para cada paciente.

Mantenha-se ativa

Não há dúvidas, a prática regular de atividade física no climatério pode evitar, ou ao menos atenuar, a evolução de problemas capazes de colocar a saúde da mulher em risco. Por causa do déficit de estrogênio, o hormônio que os ovários param de produzir nessa fase, o calorão dos fogachos e as variações de humor e disposição dão as caras. Além disso, como explica o ginecologista Márcio Rigotto, há uma propensão muito maior a males como osteoporose e doenças do coração. A prática regular de exercícios é indicada para qualquer fase da vida e uma rotina saudável faz parte também do tratamento para aliviar as ondas de calor. “Nesta faixa etária são indicadas as atividades físicas de impacto, como caminhadas e corridas. Isso porque o impacto faz com que haja uma movimentação na produção do cálcio, estimulando a reposição óssea”, explica.
Além disso, atividade física regular libera endorfinas na corrente sanguínea, promovendo o bem-estar físico e emocional, contribuindo para que a mulher sinta-se mais confortável e confiante, amenizando as alterações de humor nesta fase. O ginecologista observa, ainda, que no geral as mulheres que trabalham na agricultura têm menos tendência à osteoporose – o motivo é o corpo sempre ativo além da melhor alimentação.

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