O míldio (mufa) é uma das principais doenças da videira, que ataca praticamente em todo o ciclo vegetativo da planta. Por isso, é importante realizar o tratamento desde o começo da brotação. Nesta safra, os primeiros sintomas apareceram logo após a poda. Uma vez instalada no vinhedo esta doença vai permanecer até o fim do ciclo, atacando em todos os estágios da produção.
Entre as principais causas que ocasionam o míldio está o desequilíbrio nutricional, principalmente, excesso de nitrogênio. No entanto, outras situações provocam o aparecimento da doença. O manejo inadequado da copa da planta com muitos ramos e a falta de poda verde faz com que se crie um ambiente propício para o desenvolvimento da doença. Essa situação ocasiona a demora para a planta secar, quando existe umidade sobre as folhas e cachos.
O manejo inadequado da cobertura verde, com dessecamento tardio ou vinhedos sem nenhuma cobertura também favorece o desenvolvimento da doença. Neste ano está mais frequente a ocorrência desse quadro em muitas propriedades.
CONTROLE – O míldio (mufa) é a doença da videira que mais tem produtos registrados para seu controle, mas é necessário saber como utilizá-los para que sejam úteis e eficientes. É frequente identificarmos nas propriedades a má utilização destes recursos, com gastos excessivos e com resultados inexpressivos.
Pode-se utilizar para o controle produtos de contato, translaminares ou sistêmicos, fazendo uma rotação em cada aplicação. Portanto, a recomendação é a utilização de diversos princípios ativos e não diversas marcas comerciais como está ocorrendo.
Agricultor recomenda monitoramento e intervenção imediata
O aparecimento excessivo de míldio e de outras doenças no parreiral está deixando preocupado o Agricultor Juliano Bortolini. Ele tem sua propriedade em Marcorama, Município de Garibaldi. Neste ano, o míldio se manifestou de forma bem mais intensa e resistente. O Produtor acredita que não é somente pelo excesso de umidade. “Estamos usando dosagens expressivas, uma espécie de tratamento de choque, nas uvas comuns. Até a pouco tempo, esse procedimento somente era utilizado nas uvas viníferas”.
Nesta safra, Bortolini já fez sete aplicações preventivas para o míldio. Após a ocorrência de cada chuva é necessário retornar à aplicação de produto preventivo. Neste período está fazendo o monitoramento permanente. Diante de qualquer sinal de ocorrência do fungo é necessária uma intervenção. “Acho que neste ano consegui controlar. O período crítico já passou, mas é preciso monitorar permanentemente o parreiral”.
Juliano disse que não tem receio de solicitar o apoio técnico. “Quando aparece qualquer coisa diferente chamo os técnicos da Cooperativa, que sempre foram muito atenciosos conosco. Essa assistência e esse apoio são fundamentais para o Agricultor”. O Associado da Cooperativa Garibaldi defende que todos os Produtores devem realizar análises mais rigorosas em suas propriedades. “Precisamos saber se não há resíduos ou outros fatores que facilitam o surgimento de doenças. Agricultores e Técnicos precisam trabalhar juntos para identificar qualquer problema que afeta a qualidade da nossa produção”. Juliano cultiva cinco hectares de parreirais, que rendem a cada safra uma média de 110 mil quilos de uva.
Por Evandro Bosa
Departamento Técnico Cooperativa Garibaldi
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