A Cooperativa Vinícola Aurora finalizou a safra 2025 com um volume total de 71,6 milhões de quilos de uva colhidos entre o final de dezembro e a primeira quinzena de março. O número representa um crescimento de 42,3% em relação a 2024, quando a colheita foi de 50,3 milhões de quilos. Este é o segundo maior volume das últimas duas décadas, ficando atrás apenas do recorde de 2021, que atingiu 90 milhões de quilos.
A safra 2025 também se destacou pela qualidade da matéria-prima. A boa sanidade das uvas e o elevado teor de açúcar (grau brix) foram apontados como diferenciais que garantirão produtos de alto padrão na elaboração de sucos, vinhos e espumantes. Para o gerente agrícola da Aurora, Maurício Bonafé, as condições climáticas favoráveis ao longo do ciclo contribuíram para a excelente safra.
“Neste ciclo tivemos uma boa combinação entre as condições climáticas em todas as etapas do cultivo. Tivemos a antecipação da maturação de algumas variedades, mas todas elas apresentaram um grau de açúcar muito bom e uma cor excelente, que são duas características fundamentais para o suco de uva integral, elaborado apenas com a fruta”, destaca Bonafé.
Entre as uvas colhidas, as variedades americanas e híbridas, como BRS Magna, Bordô e Isabel, mostraram excelente desempenho, reforçando a liderança da cooperativa no mercado de sucos, com 38% de participação. Além disso, as uvas vitis vinífera, utilizadas para a produção de vinhos finos e espumantes, também demonstraram qualidade superior.
O enólogo-chefe da Aurora, Nauro Morbini, que completa 50 anos de atuação na empresa em 2025, destaca que variedades tintas como Merlot, Tannat e Cabernet Franc, além das brancas Chardonnay, Riesling e Trebbiano, atingiram níveis ideais de maturidade.
“Foi uma safra muito boa tanto para a produção de vinhos mais jovens, que chegarão ao mercado ainda neste ano, como para rótulos com potencial de guarda. Temos uvas que chegaram na cantina entre 19 até 23 de grau brix, o que permite elaborar vinhos de excelente qualidade e com a tipicidade da Serra Gaúcha”, afirma Morbini.
Para os produtores, a safra deste ano também representou uma oportunidade de recuperação após as perdas de 2024. O viticultor Mauri Giordani, cooperado da Aurora, colheu 200 mil quilos de uvas em sua propriedade no Vale dos Vinhedos, um aumento de 38 mil quilos em comparação ao ano anterior.
“Resultado de um trabalho do ano todo que culmina com a safra e neste ano ela foi excelente para nós. Fizemos a poda já pensando em intervalos para conseguirmos colher as uvas com a melhor qualidade possível. Para isso é muito importante o trabalho da equipe agrícola da cooperativa, que acompanha os associados durante todo o ano”, comenta Giordani.
Investimentos para expandir a capacidade de produção
Com a safra encerrada, a Cooperativa Vinícola Aurora já planeja novos investimentos para 2026. Segundo o presidente do Conselho de Administração, Renê Tonello, estão previstos R$ 25 milhões para ampliação da capacidade de armazenamento e modernização da indústria.
“Entre as maiores aquisições estão 25 tanques de estabilização e refrigeração automáticos, o que diminuirá em 95% os espaços confinados na unidade industrial Vinhedos. São investimentos importantes que faremos, sempre ouvindo os associados e com um planejamento que inclui, entre outras novidades, a ampliação da unidade do Vale dos Vinhedos”, destaca Tonello.
Com uma projeção otimista para os próximos anos, a Aurora segue apostando na modernização da sua estrutura produtiva e na valorização do trabalho de seus cooperados, reforçando seu papel como uma das principais vinícolas do Brasil.
Histórico de colheitas da Aurora (em milhões de quilos)
2015: 65,5
2016: 33,6
2017: 71,5
2018: 61,8
2019: 68,2
2020: 61,9
2021: 90 (recorde)
2022: 66
2023: 70,5
2024: 50,3
2025: 71,6
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