“Queremos evoluir e criar um instrumento de gestão das Cooperativas e das propriedades com a troca de informações sobre pesquisa, desenvolvimento, planejamento da produção, tratos culturais, tecnologia, inovação e rentabilidade . Isso coloca as Cooperativas e os associados em outro patamar na administração da Agricultura Familiar”. A estratégia para isso é a criação do Observatório Sócio-econômico das Cooperativas Vitivinícolas. A informação é do Diretor Executivo da FECOVINHO, Hélio Marchioro.
Este empreendimento resulta da necessidade de reunir informações mais fidedignas e consistentes para tomada de decisões das Cooperativas e de seus associados. Atende também a uma decisão do Fórum Mundial das Cooperativas Vitivinícolas, realizado em Caxias do Sul em novembro de 2013, que estabeleceu como uma das metas criar em cada país que possui Cooperativas vinícolas este observatório, para que o intercâmbio econômico das Cooperativas em nível mundial se faça com bases consistentes.
Outra questão importante é dar informações atualizadas e objetivas para ao Projeto de ATER, facilitando a troca de informações entre os Agricultores Associados às Cooperativas. “Trata-se de uma superação do empirismo na produção para que as intervenções no cultivo tenham mais orientação técnica, sem risco para a produção. Vamos inaugurar uma nova etapa com uma nova dinâmica de tomada de decisões, a partir de dados objetivos e concretos”. Segundo Marchioro, as Cooperativas querem que as decisões sejam balizadas também por um contexto de mercado, no qual a estratégia de produção se estabeleça junto com os Associados e a indústria.
RESULTADO – A primeira contribuição importante para os Associados das Cooperativas é a segurança na tomada de decisões. Depois, a constância na assessoria técnica e econômica com informações objetivas. “Outro resultado é a capacidade de dimensionar os custos de produção, a racionalidade do processo produtivo. Por fim, queremos promover a inserção da Agricultura Familiar num processo de modernização, que conduza a ter melhores resultados na atividade”.
Na formatação do observatório a FECOVINHO está trabalhando com apoio de parcerias importantes. O primeiro instrumento de apoio formalizado é a publicação pelo Governo Federal da chamada pública de continuidade do Projeto de ATER e o fortalecimento de compra institucional de produtos da Agricultura Familiar industrializados das Cooperativas. “Isso coloca os Agricultores numa outra condição, porque por sermos pequenos não significa que não podemos acessar tecnologia de ponta na produção agrícola. A necessidade dos pequenos é se unir para acessar a essas tecnologias e dar sustentabilidade ao processo de produção, industrialização e comercialização, com acesso à inovação”.
O Observatório vai realizar também a conexão com Cooperativas de outros países. Isso representa a possibilidade de constituir redes de cooperação mundial como o Comércio Justo, Cooperativas Sem Fronteiras, entre outras. “Essas são redes de distribuição mundial que favorecem o acesso a nichos de mercado. Porém, nosso maior interesse é ter acesso a informação do mercado mundial e diminuir os riscos para a nossa produção”. O Diretor afirmou que a esperança não é colocar os produtos no mercado mundial, mas ter informações consistentes de como o mercado está se comportando para orientar e dar segurança à produção. A responsabilidade de implementação do observatório é da FECOVINHO, que vai contar com uma rede de parceiros e instituições que têm um histórico de atuação no Setor Vitivinícola cooperativo, além de órgãos públicos.
A primeira ação será a composição de um banco de dados com as informações já existentes das Cooperativas, dos Produtores e do Projeto ATER.