COOPERVITIS: Nova cooperativa na Serra Gaúcha une forças e tradição para o futuro da vitivinicultura

Com 27 associados, a cooperativa aposta no suco de uva, na agricultura regenerativa e no cooperativismo como motores para um futuro sustentável e próspero
Foto: Divulgação

Na Serra Gaúcha, berço da vitivinicultura brasileira, uma nova cooperativa nasce para unir forças e transformar desafios em oportunidades. Fundada há menos de um ano, a Cooperativa dos Vitivinicultores da Serra Gaúcha (COOPERVITIS) reúne 27 associados, sendo 25 de Caxias do Sul, 1 de Flores da Cunha e 1 de Pinto Bandeira. Com sede em Caxias do Sul, a cooperativa já demonstra potencial, com uma capacidade produtiva de mais de 1,5 milhão de toneladas de uvas.

Para Gilmar Bergozza, presidente da COOPERVITIS, o cooperativismo é mais do que uma estratégia; é uma filosofia de trabalho que proporciona força coletiva em um mercado competitivo. “Acreditar no cooperativismo, estarmos unidos num mesmo ideal, saber que haverá obstáculos pela frente e que sozinhos é muito difícil de transpô-los. Trabalhando juntos, somos mais fortes para enfrentar desafios e construir nosso espaço com trabalho e produtos de qualidade,” afirma Bergozza.

Em sua primeira safra, a COOPERVITIS escolheu priorizar o mercado de sucos de uva. Cerca de 90% da produção será destinada ao suco a granel para terceiros, enquanto os outros 10% serão envasados com marca própria, em embalagens de 1 litro. A decisão estratégica reflete o crescimento desse segmento e a busca por um posicionamento sólido no mercado.

“Nossa produção de uvas tintas é composta por 40% de Bordô, 10% de tintas II (Cora, Magna, Violeta e Seibel Curto) e 50% de Isabel, o que nos possibilita fazer um suco de qualidade ímpar,” destaca Bergozza. Ele acrescenta que a produção envasada é uma forma de testar a recepção do mercado e ajustar os próximos passos. “Queremos avaliar o resultado do nosso trabalho com o suco antes de avançarmos para os vinhos, mas já pensamos em lançar dois rótulos na próxima safra: um tinto e um branco.”

A inovação também é uma prioridade para a COOPERVITIS, que está adotando práticas de agricultura regenerativa como parte de sua estratégia de sustentabilidade. Em 2024, seis associados participaram de uma capacitação na área e já aplicaram algumas técnicas em suas propriedades. Para 2025, o objetivo é expandir essas práticas para todos os cooperados.

“Estamos cientes de que haverá dificuldades em mudar a maneira como produzimos, mas convictos de que essa mudança é necessária para melhorar nossa produção e atender à demanda crescente por produtos sustentáveis,” explica Bergozza. Ele reforça que a agricultura regenerativa é uma aliada para alcançar a sustentabilidade tanto dos produtos quanto da própria cooperativa.

Em um setor onde a tradição e o conhecimento são fundamentais, a COOPERVITIS aposta no cooperativismo como uma ferramenta essencial para superar os desafios do mercado e construir um futuro sólido. “Sozinhos somos frágeis, juntos somos firmes e, se caminharmos com o cooperativismo, seremos fortes. Isso nos deixa mais aptos para enfrentar dificuldades,” afirma Bergozza.

A COOPERVITIS surge como um exemplo inspirador de como o cooperativismo pode ser uma alavanca para fortalecer a vitivinicultura brasileira. Ao unir tradição, inovação e sustentabilidade, a cooperativa não apenas promete um futuro promissor para seus associados, mas também inspira outros produtores a seguir pelo mesmo caminho.

Com uma visão clara e estratégias bem definidas, a nova cooperativa reafirma que o trabalho coletivo e a adaptação às demandas do mercado são o caminho para garantir o crescimento e a relevância da vitivinicultura na Serra Gaúcha e no Brasil.

Compartilhe:

Respostas de 2

  1. Parabéns aos pioneiros deste empreendimento. Aliar cooperativismo e manejo regenerativo na produção de uvas é caminho promissor e marcará o território da Serra Gaúcha com inovação e sustentabilidade. Sucesso que humaniza!!!

  2. Parabéns aos organizadores e sócios da cooperativa!
    Desejo sucesso a diretoria e sócios na sequência dos desafios presentes e futuros desta entidade promissora.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O setor vitivinícola no Nordeste tem potencial para crescer, mas enfrenta desafios estruturais e culturais...
Projeto no Senado propõe reclassificação do vinho e pode impulsionar a vitivinicultura nacional com benefícios tributários e reconhecimento nutricional...
Programa de qualidade da uva no Brasil se torna referência global e será apresentado na Alemanha...