O Dia de Campo sobre novas técnicas para uma viticultura sustentável, promovido pela Emater/RS-Ascar na propriedade da família Castoldi/Andriolo, em Ana Rech, Caxias do Sul, contou com a participação de cerca de 100 pessoas.
O grupo visitou quatro estações. Na primeira, os engenheiros agrônomos da Emater/RS-Ascar, Antônio Conte e Mauro Tessari, abordaram o tema do cultivo sucessivo de plantas de cobertura do solo, que consiste em dois cultivos dentro do mesmo ano civil. No caso da propriedade, o primeiro com nabo forrageiro e o seguinte, com aveia e azevém. De acordo com os extensionistas, essa técnica agrega ainda mais vantagens do que um único cultivo no inverno, quanto à manutenção de proteção do solo, produção de matéria orgânica e controle integral das plantas espontâneas.
Já a pesquisadora do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA), Daiane Lattuada, e a professora da UCS, Carine Cocco, explanaram sobre as pesquisas que vêm desenvolvendo e que confirmam os benefícios da poda antecipada. Os participantes puderam conferir, no dia, que na parreira podada em final de abril a brotação já está bem mais adiantada do que na realizada em final de agosto.
Na estação seguinte, o produtor e engenheiro agrônomo Roni Castoldi e a engenheira agrônoma da Emater/RS-Ascar, Clarissa de Quadros, trataram do controle da Mufa com caldas bordalesa e sulfocálcica, esclarecendo sobre os benefícios, dosagens, modo de preparação, épocas de uso e cuidados. Além de aumentar o efeito (resultado) no controle da principal fitopatia vitícola, a Mufa, esse tratamento amplia o controle de fitomoléstias não afetadas pela calda bordalesa: Oídio, Podridão Cinzenta e Mancha-das-Folhas. Outras vantagens são a facilidade de aquisição e preparo doméstico das caldas, a redução no acúmulo de cobre no solo e a diminuição do custo de produção da uva.
O evento abordou ainda o uso da calda bordalesa em uvas de mesa. Por questão de mercado, considerando que as uvas de mesa são consumidas com casca, foi apresentada uma prática que prevê a mistura antecipada da água e da cal, na elaboração da calda bordalesa para controle da Mufa, com acréscimo de sulfato de cobre na hora do tratamento, o que evita que a mistura fique branca e as uvas de mesa, com aspecto “manchado”. “Mesmo sem a cor, a água de cal transparente não perde a função básica, que é anular o feito da acidez do sulfato de cobre”, explica o engenheiro agrônomo da Emate/RS-Ascar, Enio Todeschini, que conduziu o assunto, juntamente com o agrônomo Daniel Batista.
O dia de campo contou com o apoio do DDPA, UCS, Embrapa, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Sindicato Rural, Escola Família Agrícola e Prefeitura, através da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e patrocínio da Sicredi.