O Rio Grande do Sul ocupa a quinta posição, entre os homens, de incidência de câncer de pele no país. Ao todo são 78 casos a cada 100 mil habitantes. Entre as mulheres, está na 11ª posição. Conforme pesquisa realizada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), os trabalhadores rurais são os mais atingidos. O estudo apontou que um em cada quatro agricultores de Morro Redondo, no sul do Estado, tem algum tipo de câncer de pele.
Para reverter esse quadro, entrou em vigor, em outubro, a lei que cria o Programa de Proteção à Saúde do Trabalhador Rural e prevê a distribuição gratuita de protetor solar aos agricultores familiares como forma de prevenção ao câncer de pele. Aprovada em 2010, a lei, de autoria do deputado Heitor Schuch (PSB), beneficia os agricultores, pescadores e piscicultores. Inicialmente, serão distribuídos 300 mil frascos de fator de proteção 30. A projeção é que a distribuição comece a partir de 2014 e atinja cerca de 100 mil agricultores.
Como funcionará
No início, o projeto piloto abrangerá em torno de 130 municípios gaúchos, definidos a partir de critérios técnicos, como a maior incidência de casos de câncer, de acordo com os dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Como o melanoma se instala na juventude, mas se manifesta anos depois, os jovens devem ser os principais alvos do projeto.
Os beneficiários serão cadastrados por entidades autorizadas nos municípios, como o Sindicatos dos Trabalhadores Rurais ou posto de saúde, munidos de declaração que comprove a atividade agrícola. Para os filhos serão aceitas as declarações dos responsáveis. Com isso, será feito um cadastro e uma consulta médica para avaliação. O protetor poderá ser retirado no mesmo dia. Em um ano, cada trabalhador cadastrado terá direito a três protetores. Esse número poderá mudar, conforme demanda do governo. Após um ano, o cadastro deverá ser renovado.