Paulo Tesser
Cooperativa Vinícola São João
Técnico do Programa ATER
Neste período, a principal doença da videira é o Mofo. No entanto, a Antracnose (Varola) em locais de vento e umidade pode ainda atacar a videira. A época também exige os tratamentos preventivos para Podridão (botrytis) e Glomerela (principalmente no período da floração), pois nesta fase as doenças penetram no cacho e ficam aguardando a uva começar a amadurecer para realmente atacar as bagas. Há que considerar que o oídio nesta fase não é agressivo e os tratamentos para controle das doenças anteriores geralmente controlam bem este problema.
O míldio é a principal doença da videira no Brasil. Causa sérios prejuízos à viticultura em regiões com alta precipitação, principalmente no final da primavera e no verão. É também conhecida como peronóspora, mufa ou mofo. Causada pelo fungo Plasmopara vitícola tem grande incidência em umidade e calor. Esta umidade, no entanto, deve estar sobre a folha para favorecer a germinação do fungo e sua locomoção até encontrar uma entrada na folha (estômato) na qual vai fixar suas raízes para crescer e se multiplicar nas folhas, causando os sintomas típicos do mofo que são “mancha de óleo” no seu início e uma penugem branca em forma de mofo no lado inferior da folha. Nas bagas, o principal sintoma é o chamado “grão preto” ou “míldio larvado”. A temperatura ideal para o desenvolvimento do problema é de 20ºC a 25ºC e a umidade acima de 95%. É necessário que ocorra condensação de água (água livre) sobre o tecido foliar por um período mínimo de duas horas para ocorrer novas infecções. Cabe salientar que após a infecção os sintomas podem aparecer em poucos dias, ou até semanas, dependendo da temperatura do momento. Por esse motivo, deve-se utilizar sempre tratamentos preventivos, pois quando aparecem os sintomas a doença já esta estabelecida.
Na maioria das regiões do mundo o período mais crítico é na época da floração. Na Região da Serra, a fase de maior gravidade é a da formação do grão, pois neste momento o “grão preto” ou “Negrão” causa perdas e compromete a qualidade da uva.
Observação e manejo correto garantem sanidade
O período exige total vigilância no parreiral. A recomendação é do agricultor Sedenir Campagnaro, de Linha 47, município de Farroupilha. O agricultor tem o perfil de um jovem dinâmico e atualizado, que está recorrendo a novas tecnologias e buscando orientações técnicas para enfrentar as dificuldades do ciclo produtivo. Ele explica que no início da safra recorre à internet para pesquisar a lista de produtos registrados e verificar as carências, a fim de ter plena garantia de um produto de qualidade. “Em caso de dúvida peço o auxílio do Paulo(técnico) e do pessoal da cooperativa para uma orientação mais precisa”.
Desde 2003, passou a produzir com apoio e orientação técnica da Cooperativa São João. A mudança foi fundamental. Uma das primeiras medidas que adotou foi a cobertura verde, que deu muita resistência às plantas. “O manejo é decisivo para um produto melhor. Tudo começa por um espaçamento maior na poda. Ele vai garantir robustez da brotação e maior abertura para penetração do sol”. Outros procedimentos importantes que o agricultor utiliza são a desbrota e a retirada das folhas próximas ao cacho. “Essa limpeza deixa a uva sadia”.
Sedenir está todo o dia no parreiral. A observação ajuda a identificar com rapidez os problemas e entrar com a aplicação correta. “Observo mais o clima que o período de tempo”. Ele revela que a escoriose, mufa e botrites são os problemas que lhe tiram o sono. Por isso, “as medidas preventivas são as que dão mais tranquilidade e garantia de sanidade da uva”. Campangano cultiva cinco hectares de parreiras. “O melhor cuidado de todos é a observação permanente”.
Controle das doenças
Devido à agressividade das doenças que ocorrem em nossa região é de extrema importância aplicar os tratamentos de forma preventiva, e sempre antes da chuva. Por isso, os produtores devem ficar sempre atentos na previsão do tempo, de fácil acesso através de rádios ou internet. Como as doenças precisam de umidade é justamento no momento da chuva que os fungos atacam a videira. Por isso, se forem pulverizadas com produtos orgânicos ou químicos as videiras estarão protegidas.
Muitos fungicidas selecionam cepas resistentes de fungos. Por esse motivo, é importante fazer o rodízio de fungicidas, tanto de marcas quanto dos modos de ação. Os modos de ação dos fungicidas são contato, penetrantes e sistêmicos. Os sistêmicos são os que selecionam mais os fungos resistentes. Por isso, devem ser usados em épocas de maior probabilidade de ocorrência das doenças. Os de contato são os fungicidas que menos selecionam fungos resistentes e devem ser sempre utilizados nas pulverizações.
Períodos
Até próximo ao dia de finados é sugerido o seguinte esquema de pulverização:
Pulverizar com intervalos de 7 a 12 dias para as uvas americanas e híbridas e de 5 a 8 dias para as viníferas nos seguintes tratamentos:
-Míldio ou Mufa: contato mais Fosfito intercalado com contato mais penetrante;
-Antracnose: contato ou sistêmicos conforme a necessidade;
– Botryitis: na floração fazer um ou dois tratamentos conforme as condições do tempo. Se for chuvoso, optar por 2 tratamentos.
De finados até próximo ao natal
Mìldio ou Mufa: Contato + Sistêmico principalmente para as viníferas;
Botrytis: Fazer uma aplicação quando o cacho começar a ficar cheio;
Glomerela: após a floração fazer aplicações a cada 20 ou 30 dias.
Nas variedades mais resistentes as doenças como Bordô Concord, Niágaras, etc, deve-se dar preferência a produtos de contato, principalmente, os que não sejam tóxicos ao ser humano e o meio ambiente, como os cobre e a Calda Bordalesa (sulfato).
O Fosfito é um produto pouco tóxico, funciona bem e deve ser usado no período de grande crescimento das videiras, pois consegue se mover facilmente no ramo e vai para a ponta do broto, controlando a mufa nas folhas novas.
Produtos mais indicados para controle
das doenças na Serra Gaúcha
Contato para Míldio ou Mufa: Cobres, Sulfato de cobre, Dithane, Manzate, Captan, Folpan, Bravonil, Polyram, Isatalonil, Antracol, Midas, Cuprozeb.
Sistêmico para Míldio ou Mufa: Ridomil,Tairel, Forum, Fitofos40.20, Galben.
Penetrante para Míldio ou Mufa: Curzate, Curathane, Censor, Zetanil, Academic, Equation.
Sistêmico para Antracnose (Varola): Cercobin, Cerconil, Manage, Score.
Contato para Antracnose: Delan, Bravonil, Daconil, Isotalonil.
Podridão(Botrytis): Sumilex, Rovral, Mythos,
Glomerela: Cabrio Top, Amistar, Folicur, Caramba, Domark
Oídio: Collis, Enxofres, Score, Folicur.
Minha parreira ta com o mofo e os cachos tão com a pinta preta.
oi gostaria de saber como fazer com meu pé de uva esta com umas pintas pretas nas uvas ? o que passar no pé .
O que posso passar nas uvas que estão com pintas pretas ?
Preciso de ajuda ..
Minha Parreira não está se desenvolvendo, pois os cacho estão nascendo e não desenvolve e fica com uma camada branca e logo mucha e raxa as uvas ….