Durante solenidade comemorativa aos dez anos da Chaire UNESCO – Culture et Traditions du vin (Cátedra Unesco – Cultura e Tradições do Vinho), vinculada à Universidade da Borgonha, a Embrapa Uva e Vinho foi homenageada e recebeu a Medalha da Universidade, em Dijon, na França, no dia 27 de setembro.
Segundo o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Zanus, que participou do evento, é um grande privilégio ter a atuação da entidade reconhecida pela Cátedra UNESCO, que é constituída por uma rede internacional de parceiros (estabelecimentos de ensino superior e de pesquisa, instituições públicas e privadas), que propõem um projeto comum para a difusão da educação, da pesquisa, da cultura e salvaguarda do patrimônio vitivinícola mundial. “A Chaire Unesco trabalha uma temática que transcende as questões técnicas e comerciais da produção do vinho. Ela valoriza os aspectos sociais, a tradição, cultura e a preservação dos territórios vitícolas. É uma maneira inovadora de valorizar e proteger uma das atividades agrícolas mais antigas da humanidade – a produção de vinhos”, destaca Zanus.
A Cátedra da UNESCO Cultura e Tradições do Vinho foi instituída em 2006 na Universidade da Borgonha e é a única no mundo a tratar dos problemas relacionados à cultura da uva e ao vinho de forma multidisciplinar e internacional, como objetos culturais por excelência. Desde o seu início, conta com a participação da Embrapa Uva e Vinho nos seus diferentes programas, que têm como mote de ‘difundir todos os saberes vitivinícolas através do mundo’.
A atuação da Cátedra ocorre através de conferências mensais para difundir os resultados das pesquisas recentes para o grande público, da edição de publicações relacionadas ao tema, da realização de exposições e da promoção dos “Les Rencontres du Clos-Vougeot”, que é um colóquio internacional realizado anualmente na França, em colaboração com instituições universitárias, profissionais de pesquisa e do setor privado mundial.
A Embrapa Uva e Vinho, sob a coordenação do pesquisador Jorge Tonietto, já realizou dezenas de atividades e eventos de cooperação com a Chaire UNESCO, ações estas que estão valorizando e colocando em evidência a diversidade e a originalidade da vitivinicultura brasileira e da cultura do vinho no país.
“A percepção da qualidade dos vinhos vai muito além dos estímulos recebidos pelos sentidos da visão, olfato e paladar. É na mente das pessoas – juntando-se a cultura, a tradição, o conhecimento do terroir e todo o entorno do vinho – que se revela a percepção da qualidade dos produtos”, avaliou Zanus. Segundo ele, esse trabalho de reconhecimento dos territórios e da cultura do vinho serve para valorizar todas as regiões produtoras mundiais, dando ao vinho uma conotação de produto diferenciado.
Durante as comemorações, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul também recebeu a Medalha da Universidade, no encontro que reuniu produtores de vinho, entidades de ensino e pesquisa de diversos países.