Com uma área de 5,5 hectares de parreirais, o Agricultor Pedro Fantin, do Travessão Acioli, em Nova Pádua, realiza a produção orgânica de uva há 14 anos. A atividade iniciou com meio hectare, a partir de estímulo recebido dos técnicos da Emater. Hoje, está convencido que tomou uma grande decisão porque esse tipo de cultivo representou a fuga do uso de agrotóxicos.
Está satisfeito com a produção orgânica mesmo que esse tipo de cultivo dê bastante trabalho e exija muita dedicação. Neste ano, particularmente, a umidade excessiva nesta fase do ciclo produtivo está exigindo maiores cuidados. “Somente na terceira semana de setembro fizemos três aplicações preventivas, em razão das chuvas constantes. A preocupação é com a mufa, pois o fungo se reproduz com mais facilidade nestas condições climáticas”. Sulfato de cobre e kocide têm sido grandes aliados na ação preventiva. Para a Varola (antracnose), o Agricultor usa calda de cinza.
Com a experiência acumulada, Fantin explica que o cultivo orgânico reduz bastante os custos porque utiliza produtos mais baratos e até produzidos na própria propriedade, mesmo que alguns itens como o sulfato tenham custo de mercado. “O grande benefício é a fuga da utilização de agrotóxicos. Essa é a grande diferença da produção orgânica”.
O Agricultor aponta que o cultivo orgânico representa ainda outras vantagens. Uma das grandes contribuições é o fortalecimento das plantas, que não precisam se recuperar todos os anos de uma carga de “veneno” que os Produtores aplicam no cultivo convencional. “A principal delas é que terminada a aplicação a gente pode andar embaixo do parreiral sem qualquer risco para fazer o manuseio da videira, como o desbrote e a poda verde. É muito mais tranquilo para quem trabalha”. Por outro lado, o histórico de um câncer na família fez seu Pedro se convencer da importância de “fugir dos venenos”.
Outra vantagem importante é que a Cooperativa Nova Aliança remunera melhor o orgânico. No último ano, o valor ficou 60% acima do convencional. Ele explica que nesse cálculo ainda não foi contabilizada a redução do custo de produção. Em sua propriedade chega a produzir 20 mil quilos por hectare. Mas, “a gente precisa ficar sempre de olho. É necessário controlar todos os dias para observar qualquer alteração e entrar com os tratamentos preventivos na hora exata, a fim de evitar surpresas”.
