Centros de ensino como o Cetanp e o Cefas oferecem cursos técnicos
para agricultores em diferentes áreas. Inscrições para 2014 estão abertas
O agricultor Lucas Zenatto, morador da Linha 21 de Abril, no interior de Antônio Prado, é um exemplo de que vale a pena investir em conhecimento para melhorar a produtividade da propriedade rural. Ainda adolescente, ele decidiu que iria assumir os negócios da família e daria sequência ao trabalho iniciado pelo pai. Isso em 1995, quando tinha 17 anos. Hoje com 36 se matriculou na primeira turma do Centro Regional de Formação Profissional de Agricultores de Nova Petrópolis, o Cetanp.
O curso escolhido na época, Bovinos de Leite, vinha de encontro às necessidades da propriedade e aos objetivos do jovem empreendedor. “O pai tinha algumas vacas de leite e vendia a produção para a antiga Cooperativa Pradense, mas era algo bem caseiro. Com o curso, que tinha foco na produção de leite e redução de custos na propriedade, obtive conhecimento necessário para saber gerenciar melhor o negócio”, lembra o agricultor.
Investimentos
Com o tempo, Lucas adquiriu novas tecnologias, aprimorou a produção de pasto, o chamado volumoso, melhorou a genética do rebanho, ampliando o número de cabeças e, dentro das possibilidades de espaço, triplicou a quantidade de leite que produzia. “A partir do momento que se obtém conhecimento, é possível direcionar as coisas de forma correta, fazendo escolhas acertadas para melhorar a produtividade”, explica o produtor, que hoje trabalha com o modelo de ordenha canalizada, com resfriamento a granel.
Lucas administra sozinho e toca a propriedade de 15 hectares com a ajuda da esposa, Débora. Segundo ele, atualmente o rebanho conta com 40 animais, sendo 18 em lactação, o que rende uma produção de leite diária de 350 litros, no período atual, considerado de entressafra, em virtude do clima desfavorável para o plantio de pastagem. Em alta temporada, a produção chega a 500 litros diários.
O leite produzido na propriedade é vendido para a Cooperativa Santa Clara, por R$ 1,07 o litro, preço máximo pago pela indústria leiteira, de acordo com a contagem bacteriana. Segundo ele, este é um negócio lucrativo, pois a margem de lucro com a venda do leite pode chegar a 30%. Lucas também cultiva uva (um ha) e framboesa (0,2 ha).
Com o objetivo de aumentar a produção de leite na propriedade, Lucas irá plantar 1,3 hectare de alfafa, considerada por ele a melhor das forragens, pois é rica em proteína. “A alfafa é uma planta perene, ou seja, dura o ano todo, durante sete anos, e serve muito bem como alimento volumoso para os animais. A ideia é oferecer alfafa durante uma hora no dia para reduzir a ingestão de concentrado (ração). Essa estratégia irá aumentar a quantidade de leite diária e, consequentemente, os lucros”, explica o agricultor, destacando que tais noções de investimentos e gerenciamento são algumas das aulas ministradas nos cursos de qualificação para produtores familiares.
Mirian Spuldaro
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