O prefeito Sérgio Chesini relembrou a trajetória da Cooperativa Vinícola Garibaldi, anfitriã do evento, fundada por 73 viticultores, entre eles seu próprio avô.
“Em 2025, quando celebramos o Ano Internacional do Cooperativismo e os 150 anos da imigração italiana, é uma honra receber em Garibaldi esse fórum. As cooperativas são a força da pequena propriedade agrícola, que dá dignidade ao produtor e movimenta a economia local. Aqui, o vinho é símbolo de resistência e de afeto. É parte da nossa identidade.”
O presidente da Cooperativa Vinícola Garibaldi, Oscar Ló, ressaltou que o Fórum nasceu de uma experiência vivida em Mendoza, na Argentina, e cresceu como espaço de diálogo entre cooperativas da Europa e América Latina.
“Hoje, comemoramos com orgulho a 14ª edição do Fórum, aqui no Brasil. A base de nossas cooperativas é o pequeno produtor. Seja aqui, na Europa ou na América do Sul, essa realidade nos une. E o intercâmbio de experiências, o compartilhamento de soluções e a união entre os países tornam esse fórum uma ferramenta essencial para o futuro da vitivinicultura cooperativa.”
Oscar também destacou que temas como mudanças climáticas, comercialização conjunta, educação cooperativista, saúde e consumo consciente do vinho têm sido pautas constantes no encontro — e refletem preocupações comuns a todos os países presentes.
Durante sua apresentação, o superintendente do Sistema Ocergs, Mário De Conto, trouxe dados e reflexões sobre a força do cooperativismo no Brasil, que conta com um modelo único de financiamento da formação e educação cooperativista por meio do Sescoop.
“O cooperativismo brasileiro nasceu aqui, na Serra Gaúcha, com os imigrantes italianos e alemães. Eles trouxeram na bagagem o trabalho, a fé e a vontade de prosperar. E mais do que isso: trouxeram um modelo econômico que floresceu, se expandiu e hoje está presente em todo o país, em todos os ramos.”
De Conto destacou também o papel fundamental das cooperativas na reconstrução do Rio Grande do Sul após a catástrofe climática de 2024, atuando com logística, doações, assistência à saúde, energia e apoio social em diversas frentes:
“Cooperativas têm raízes na comunidade. São elas que permanecem, que acolhem, que reconstroem. E é por isso que investir nelas é investir em desenvolvimento territorial com justiça social.”
Representando as cooperativas internacionais, o presidente do Fórum, Ignácio Martins Obregon, reforçou a necessidade de fortalecer o setor vitivinícola com políticas públicas que mantenham as populações no meio rural.
“As cooperativas trabalham e vivem no campo. São elas que fixam as pessoas em seus territórios, que mantêm a diversidade social e cultural rural. Precisamos mais do que discursos — precisamos de apoio estrutural para que a população não precise migrar para os grandes centros urbanos.”
Obregon parabenizou a organização brasileira do evento e reforçou que o Fórum Mundial seguirá promovendo formação, intercâmbio e representatividade internacional, unindo continentes em torno de um ideal: o fortalecimento das cooperativas vitivinícolas como pilares do desenvolvimento sustentável e da justiça econômica no campo.
O evento, que tem como anfitriãs a Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho) e a Cooperativa Vinícola Garibaldi, segue até esta sexta-feira (16).
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