
O Vale do São Francisco, segunda maior região produtora de vinhos do Brasil, tem buscado novas formas de conquistar o consumidor nordestino. Durante décadas, o foco da produção esteve voltado para a exportação de uvas de mesa, mas nos últimos 20 anos, a vitivinicultura local passou a investir fortemente na produção de vinhos, espumantes e frisantes. Agora, com um mercado cada vez mais dinâmico e um público que busca opções mais leves e refrescantes, as vinícolas estão apostando em novos formatos e estratégias para popularizar o consumo.
Uma dessas iniciativas vem da Villa Garziera, vinícola de Lagoa Grande (PE), que há dois anos lançou seu primeiro frisante em lata, o Rio Valley. A proposta busca atender um público mais jovem, interessado em bebidas menos alcoólicas e que se encaixem melhor ao clima quente do Nordeste.
“Pegamos uvas que têm vocação para frisantes e encontramos um paladar que agrada novos consumidores. Vamos mirar nesse público que não tem vivência com essa bebida e oferecer algo refrescante, alegre, que casa bem com o calor, com baixo teor alcoólico e baixo teor de açúcar. É a alquimia necessária para que este produto ganhasse relevância”, explica Evandro Giacobbo, diretor comercial e de marketing da vinícola.
O produto tem sido inserido gradualmente no mercado, com maior adesão nas capitais São Luís (MA), Recife (PE) e Salvador (BA), além da cidade de Petrolina (PE). Para expandir o alcance, a estratégia inclui grandes eventos populares como o Carnaval e o São João, onde o frisante surge como alternativa às tradicionais cervejas e destilados.
A praticidade da lata é outro fator importante, permitindo consumo mais descomplicado e acessível. “Na lata, as pessoas têm facilidade de consumir, o volume menor barateia a bebida. A embalagem combina com esse estilo de produto leve, jovial, perfeito para festas, praias e piscinas”, reforça Giacobbo.
Apostando no potencial desse novo nicho, a Villa Garziera tem investido na distribuição de mais de 50 mil latas para estimular a experimentação durante o carnaval do Nordeste e fortalecer a presença no mercado. O formato, já consolidado no exterior, ainda está em fase de aceitação no Brasil, mas pode representar uma porta de entrada para novos consumidores no segmento vitivinícola.
