O apoio do Governo Federal, através de políticas públicas, garantiu escoamento da produção e dos estoques da última safra. O vice-presidente da FECOVINHO e gerente administrativo da Cooperativa São João, Ismar Pasini, disse que o apoio foi expressivo. “Sem essa medida teríamos muitos problemas para liberar os estoques, porque o nível de armazenamento estava muito elevado. Reduzimos de forma expressiva os excedentes”. O dirigente salienta que sem os leilões as Cooperativas estariam numa situação financeira difícil e com dificuldade de receber a próxima safra. “Parte da produção poderia até ficar nos parreirais”.
O mercado russo foi receptivo à produção gaúcha. Essa venda foi importante porque outras regiões do mundo manifestaram interesse pelo produto brasileiro. “Estamos mandado amostras para a Alemanha, a fim de avaliar a qualidade de nosso vinho e realizar negócios futuros”, diz Pasini. A maior quantidade dos vinhos exportados foi de brancos para espumantes. “A informação é que aumentou o consumo de espumantes e eles não têm matéria prima suficiente para produzir esse tipo de bebida”. Em segundo lugar, está o vinho elaborado com uva Isabel. Também entraram na lista de comercialização os elaborados com viníferas cabernet e merlot.
Pasini explica que os nossos vinhos têm uma vantagem que é a acidez natural. “Eles apreciam esse componente para a base de produção de bebidas. Ao mesmo tempo, nosso produto está dentro dos padrões exigidos, com aroma, acidez volátil baixa, SO2 baixo, limpeza e graduação exigida”.
A fase de leilões de 2012 foi concluída no início de agosto. Somente a Cooperativa São João comercializou 3,2 milhões de litros. O total da venda externa das Cooperativas ultrapassou os 19 milhões de litros. “A melhor notícia é a garantia de escoamento”. Pasini explica que as Cooperativas aguardam uma fase de leilão para comercialização da safra de 2013. “O Ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas deu indício claro, que já existe verba disponível para realização de leilões abertos para todas as vinícolas”.
Segundo Ismar Pasini, o leilão é garantia de entrega da totalidade da uva pelos associados, porque o mercado está receptivo para produção vinícola das Cooperativas. Ele avalia que caso o governo mantenha por mais alguns anos o apoio aos leilões para a comercialização, haverá maior demanda dos mercados mundiais para a colocação do vinho gaúcho. “Isso dá garantia de colocação total do nosso produto. Caso contrário, se houver interrupção dessa política o escoamento fica comprometido”.
Elton Bozzetto
Jornalista
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