Por Antonio Coloda
Apesar de possuir uma propriedade com uma área de 100 hectares de terras, é num espaço de apenas 1% deste total (10 mil metros quadrados), que vem uma grande fatia do sustento da família de João Marcante, residente na pequena comunidade do Travessão Cerro Grande, interior de Nova Pádua. Um dos filhos de João, o agricultor Valdomiro Marcante, 39 anos, é um dos responsáveis pelo cultivo de hortaliças que abastece os grandes mercados da região, através da hidroponia. O sistema começou a ser implantado há 12 anos, quando Valdomiro decidiu abandonar a profissão de metalúrgico e dedicar-se ao cultivo de hortaliças e temperos hidropônicos. Cada uma das 13 estufas construídas na propriedade custou em valores atuais R$ 15 mil, mas o investimento valeu a pena, destaca o agricultor.
A água que estimula o crescimento das hortaliças vem de um poço artesiano, sendo bombeada para tanques, onde recebe os adubos necessários ao desenvolvimento da planta. Toda a água é reutilizada, fazendo um ciclo de 24 horas. A produção mensal chega a oito mil pés de alface e cerca de 1,3 unidades de temperos (salsa e cebolinha). Além disso, são produzidas outras variedades de hortaliças, como agrião e rúcula. Conforme Valdomiro, cerca de 90% da produção é entregue no Zaffari. O valor é, em média, de R$ 0,90 o pé de alface. Recentemente, o produtor investiu na plantação de pepinos para conserva, no sistema semi-hidropônico, e conta que a aposta está dando lucro. Por outro lado, a primeira experiência com a produção de tomate em estufas e no sistema misto não deu muito certo. Cerca de 3,2 mil plantas da hortaliça foram contaminadas por uma bactéria e toda a produção foi comprometida. Apesar disso, o cultivo será retomado nos próximos meses.