Atílio

Attilio Santini,
veterinário

 

 

 

A mastite bovina caracteriza-se por um processo de inflamação da glândula mamária promovida por diferentes causas, sendo as principais causadas por bactérias, cerca de 90%. Pode ser classificada de duas formas: – forma clínica: vários sinais estão presentes como secreção de leite com grumos (pus ou de aspecto aquoso), tetos e úbere com vermelhidão, duros, inchados, doloridos e quente. As vacas podem ainda apresentar febre, perda de apetite e chegar à morte em casos mais graves. Já a forma subclínica: a maioria dos sinais só são observados com o auxílio de meios diagnóstico. Entre as principais alterações destaca-se o aumento da contagem de células somáticas (CCS), o aumento dos teores de cloro e sódio, proteínas séricas e diminuição do percentual de caseína, gordura sólido total e lactose do leite. Neste caso, somente testes especiais como o CMT (California Mastitis Test) podem diagnosticar a doença.

 

Esse teste é feito em uma bandeja que contém quatro compartimentos. Em cada compartimento é colhido 2 mL de leite de cada teto e adicionado detergente na mesma quantidade. Depois são feitos movimentos circulares. Caso verifique-se a formação de um gel em algum compartimento, aquele teto é positivo para mastite subclínica. A mastite bovina é a doença de maior impacto para a bovinocultura no Brasil, o que reduz a produção e a qualidade de leite. Mudanças em sua composição reduzem sua qualidade. Na literatura há trabalhos que relatam o uso de alguns medicamentos, tais como: amoxicilina, enrofloxacina, gentamicina e cefapirina sódica utilizados durante o tratamento. Porém, o uso de antibióticos para tratar mastite é uma preocupação importante para a indústria e para a saúde pública, pois a presença de resíduo de antibiótico no leite interfere com o processo de manufaturação de muitos produtos lácteos (queijo e outros produtos fermentáveis).

 

Sabores indesejáveis reduzem o valor dos produtos lácteos e a presença de antibióticos mesmo sendo de níveis baixos pode causar problemas de saúde nos consumidores. Alguns cuidados podem ser feitos para evitar a doença. Estes cuidados incluem: – antes da ordenha de cada vaca os tetos devem ser lavados utilizando solução desinfetante, e logo depois secos com papel toalha. – depois da ordenha de cada vaca, deve ser feita a desinfecção de cada teto com uma solução desinfetante.

 

Desta forma, o uso adequado do método de manejo na ordenha, a instalação correta, manutenção e funcionamento periodicamente dos equipamentos de ordenha; higienização de equipamentos e do úbere do animal; boa nutrição para manter a habilidade da vaca de lutar contra as infecções; alimentar os animais imediatamente após a ordenha para que elas permaneçam em pé por pelo menos uma hora antes de deitar (para evitar que microorganismos do ambiente entrem pelos orifícios dos tetos); descarte de vacas com infecção crônica; manutenção de um ambiente apropriado para bovinocultura leiteira e revisões periódicas do programa de manejo e saúde do úbere.

 

Estes cuidados têm o objetivo de reduzir o nível de infecção do rebanho, visto que a mastite é motivo de atenção e preocupação dos criadores e veterinários porque pode causar problemas a saúde humana, tanto pela presença de doenças transmissíveis, ou por resíduos de drogas administradas com intuito de tratá-la. Por isso, devem-se dominar os conhecimentos relacionados às mastites, com o intuito de evitar perdas econômicas e preservar a qualidade leite.

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