Lideranças do setor vitivinícola nacional entregaram ao ministro Aldo Rebelo o pedido formal de apoio.
Os vinhos brasileiros ganharam um reforço decisivo para o projeto de divulgação na Copa do Mundo FIFA 2014. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, recebeu nesta terça-feira, 19 de junho, em Brasília, uma comitiva formada por representantes do setor vitivinícola nacional, liderados pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). As lideranças entregaram ao ministro o pedido formal de apoio para que o vinho brasileiro seja o patrocinador oficial da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Ao final do encontro, Rebelo garantiu que apoiará a proposta por entender que o evento esportivo será uma importante janela para o Brasil divulgar seus melhores produtos. “A Copa do Mundo não é somente o maior evento do esporte mundial, mas uma grande oportunidade para o nosso desenvolvimento, para mostrarmos nossas virtudes. Daí o interesse em apoiar a vitivinicultura nacional”, destacou Rebelo.
Para Ana Paula Kleinowski, subgerente do Wines of Brasil, projeto de exportação dos vinhos finos brasileiros realizado pelo Ibravin e pela Apex-Brasil, além de mostrar o produto brasileiro ao mundo, “a vitrine da Copa do Mundo será importante para impulsionarmos as vendas no mercado interno”. Já o vice-líder do PP na Câmara, deputado Jerônimo Goergen, lembrou que o apoio oficial de Aldo sepulta de uma vez por todas a possibilidade do vinho estrangeiro ser o patrocinador do evento. “A Concha y Toro estava encaminhando todas as tratativas. Nós entendemos que o palco da Copa do Mundo não pode ser usado para fazer propaganda aos produtos de fora”, ponderou. O parlamentar ressaltou que o objetivo é reproduzir o que outras sedes já fizeram anteriormente ao defenderem o interesse de seus produtos, como foi o caso da cerveja na Alemanha e do próprio vinho na África do Sul.
Rebelo pediu que as entidades representativas da indústria do vinho se mobilizem desde já. O ministro do Esporte se colocou à disposição do setor para estar presente nos próximos eventos de divulgação da bebida. A ideia é fazer com que o vinho e o espumante nacionais também possam estar presentes na Copa das Confederações de 2013 e nas Olimpíadas de 2016. A partir de agora as tratativas serão aprofundadas junto aos representantes da FIFA.
Conforme o Ibravin, a área de produção vitivinícola no Brasil soma 83,7 mil hectares, divididos em seis regiões: Serra Gaúcha, Campanha, Serra do Sudeste e Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul; Planalto Catarinense, em Santa Catarina; e Vale do São Francisco, no Nordeste. São mais de 1,1 mil vinícolas espalhadas pelo país, a maioria instalada em pequenas propriedades (média de 2 hectares por família). “O vinho brasileiro vem conquistado reconhecimento mundo afora. São milhares de medalhas recebidas nos últimos anos nos mais importantes concursos de vinhos do planeta”, lembrou o presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Henrique Benedetti. (Texto:Orestes de Andrade Jr/Ibravin).
Mercosul terá Plano Estratégico para a Vitivinicultura
Os quatro países integrantes do Mercosul desenvolverão um Plano Estratégico Vitivinícola Regional (Pevir) para o crescimento e fortalecimento da vitivinicultura no mercado regional e de terceiros países. A realização conjunta do Pevir por Brasil, Argentina, Uruguai e Bolívia foi aprovada no dia 29 de junho em Mendoza, na Argentina, durante a XLIII Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, que teve a presença da presidenta Dilma Rousseff. “Queremos construir juntos uma identidade vitivinícola do Mercosul, fortalecida pela ampla diversidade regional produtiva”, afirma o diretor-executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Raimundo Paviani. Segundo ele, a Coviar (Corporación Vitivinícola Argentina) será a executora. A primeira presidência do Conselho Diretor será do Brasil.
A cooperação foi sugerida aos governos dos quatro países após três encontros de representantes dos setores vitivinícolas do Brasil, Argentina, Uruguai e Bolívia este ano. A intenção é elaborar um plano conjunto, que deve contemplar ações de cooperação, inovação tecnológica, promoção do enoturismo e dos produtos vitivinícolas nos quatro países do Mercosul e, principalmente, em outros mercados.
A primeira etapa do projeto consiste na elaboração de um documento único, contemplando os antecedentes, justificativas e objetivos que estabelecerão as bases de um programa estratégico que satisfaça aos quatro países.
A etapa seguinte será a definição dos investimentos e apresentação do projeto para captação de recursos em fundos e instituições internacionais. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) será a instituição representativa do setor público que vai acompanhar este processo de planejamento. A secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, participou do evento em Mendoza. “A tarefa não e simples, mas representa uma contribuição efetiva deste setor para o desenvolvimento do Mercosul”, destaca o diretor-executivo da Fecovinho, Hélio Marchioro.
A deliberação do Brasil em participar deste projeto se deu no ano passado, primeiro no âmbito do Conselho Deliberativo do Ibravin e, em novembro, na Câmara Setorial da Vitivinicultura, Vinhos e Derivados. Ocorreram ainda reuniões entre os países na época da Vindima na Argentina e mais recentemente na Bolívia. (Texto:Orestes de Andrade Jr/Ibravin).
Foto: Glauber Queiroz/Ministério do Esporte