
A presença feminina na vitivinicultura tem crescido nos últimos anos e vem se consolidando nas diferentes etapas da cadeia produtiva. Na Nova Aliança Vinícola Cooperativa, sediada na Serra Gaúcha, essa transformação se reflete no número de associadas, que chega a 128, além das 62 colaboradoras que atuam diretamente na cooperativa.
Em um setor historicamente dominado por homens, as mulheres passaram a participar de maneira mais efetiva de atividades antes restritas a eles, como o cultivo, a condução de tratores e até a entrega das uvas. A cooperativa reúne atualmente mais de 600 famílias em 15 municípios gaúchos, responsáveis pela produção anual de cerca de 40 milhões de quilos de uvas.
A produtora Giseli Boldrin Rossi (42), de Nova Pádua, é um exemplo dessa mudança. Agricultora e ex-professora, Giseli valoriza o trabalho cooperado e a visão integrada da cadeia produtiva.
“Tenho a visão de todo processo. Sei o quanto é importante trabalhar de forma colaborativa, pensando no todo, do cultivo da uva, passando pelo processo de elaboração, até chegar à mesa do consumidor. E para isso, precisamos entregar qualidade para permanecer no mercado”, afirma.
Na propriedade de sete hectares de vinhedos da família Giordani, em Nova Pádua, ela planta, colhe e entrega. No volante do trator ou do caminhão, Giseli conduz sua família ao lado do esposo como aprendeu com seus pais.

Marli Cervelin Formalioni (55), moradora de Linha Jacinto, em Farroupilha, também representa essa força feminina na cooperativa. Além de cultivar uva, caqui e ameixa, Marli participa ativamente da comunidade, integrando grupos religiosos e culturais. “Tenho muito orgulho em dizer que sou cooperada da Nova Aliança. Juntos, formamos uma família”, destaca.

Francieli Regina Zamiani Fleck (35) assumiu a condução das tarefas da propriedade para que o marido, Sidimar Fleck, atual presidente da Nova Aliança, possa se dedicar à gestão da cooperativa. Sempre no campo, ela trabalha na pulverização, poda, colheita e carregamento da uva, enquanto Sidimar transporta a uva até a vinícola. Eles também mantêm um viveiro com mudas e porta-enxertos para venda.
Para fomentar a participação feminina, a Nova Aliança mantém o Comitê das Mulheres, que organiza cursos, workshops e encontros ao longo do ano, estimulando a autonomia e a qualificação técnica das cooperadas.
“Foi-se o tempo que a mulher atuava anonimamente. Hoje, ela tem voz, atitude e faz parte do movimento cooperativo de forma igualitária. E esta presença vem aumentando ano após ano”, afirma Heleno Facchin, CEO da Nova Aliança.
Atualmente, as mulheres representam cerca de 21% dos associados e 32% do quadro funcional da cooperativa, sinalizando um avanço importante no fortalecimento da atuação feminina no setor.
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