Nova edição do Cadastro Vitícola é lançada com inovações

Resultado do estudo elaborado em conjunto pela Embrapa e Ibravin
com os dados de 2008 a 2012 foi apresentado no dia 28 de março

Apresentação da coordenadora do Cadastro, pesquisadora Loiva. (Foto: Viviane Zanella/Divulgação)
Apresentação da coordenadora do Cadastro, pesquisadora Loiva. (Foto: Viviane Zanella/Divulgação)

O resultado de um trabalho de quatro anos e que subsidiará o setor vitivinícola com dados e informações importantes foi apresentado no dia 28 de março no auditório da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves (RS). Realizado em parceria pela entidade anfitriã e o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), com apoio da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa/RS) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os dados coletados foram agrupados no CD Cadastro Vitícola o Rio Grande do Sul 2008 a 2012 e apresentado para dirigentes de entidades, viticultores e representantes políticos.
O material contém informações como o número e tamanho de propriedades, variedades americanas, híbridas e viníferas, idade dos vinhedos, áreas georreferenciadas e produtividade, entre outras categorias que contribuem para embasar estratégias de qualificação da produção. Os dados disponibilizados em um CD que será distribuído para as entidades do setor e órgãos governamentais ligados a atividade, também estão disponíveis para consulta e download gratuito no site da Embrapa Uva e Vinho (www.cnpuv.embrapa.br/pesquisa/cadastro/cds/2008-2012/dados/home.html).
A pesquisadora e coordenadora do Cadastro Vitícola, Loiva Maria Ribeiro de Mello, ao detalhar os itens que constam no CD, apontou algumas conclusões do levantamento como, por exemplo, a diminuição de área de variedades viníferas tintas e o aumento dos espaços destinados à produção de uvas para elaboração de sucos. Outra informação detalhada pela pesquisadora foi o aumento de área plantada em regiões como as de Vacaria, Guaporé, Serra do Sudeste e Campanha. “O cadastro dá subsídios para justificar políticas públicas e elaborar um mapa da produção de uvas no estado. A implantação do georreferenciamento confere maior precisão e confiabilidade ao levantamento”, afirmou.
Para o chefe-geral da Embrapa, Mauro Zanus, o cadastro é um instrumento importante tanto para suporte aos pedidos de IGs, para o conhecimento acerca da extensão de cada cultivar nos municípios e sobre a história da viticultura gaúcha. “O cadastro é um reflexo do que está sendo demandado pelo mercado e que pode servir como um alerta para que, tanto os produtores quanto a indústria, considerem os elementos da nossa vitivinicultura que nos diferenciam de outros países”, comentou.
O presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Moacir Mazzarollo, e o presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, apontaram a necessidade de expandir o cadastro para os demais estados do país. Mazzarollo destacou que é preciso dar continuidade às atualizações anuais e aperfeiçoar os processos de levantamento de informações. “Para isso, é fundamental o apoio das instituições que representam os viticultores, sindicatos e associações, com o objetivo de qualificar o trabalho de campo realizado nas propriedades”, sugeriu.
A coordenação técnica do Cadastro Vitícola é realizada pela Embrapa Uva e Vinho, por delegação do Mapa. O projeto é financiado pelo Ibravin, com recursos do Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura (Fundovitis/RS). Os levantamentos contam com o apoio dos sindicatos de trabalhadores rurais e Emater/RS. O estudo priorizou o cadastro de propriedades por georreferenciamento, principalmente das áreas em regiões que buscam ou já obtiveram uma Indicação Geográfica (IG).

Pesquisadora Loiva entrega primeiros exemplares para Olir Schiavenin(E), Moacir Mazzarollo(C) e Mauro Zanus(D).
Pesquisadora Loiva entrega primeiros exemplares para Olir Schiavenin(E), Moacir Mazzarollo(C) e Mauro Zanus(D).

Destaques da viticultura gaúcha

– A viticultura do Rio Grande do Sul está presente em 28 das 35 microrregiões do estado e em 15.221 propriedades rurais. A área ocupada com vinhedos, em 2012, foi de 41.076 hectares (ha), sendo 2,60 ha a média por propriedade. As 10 microrregiões mais importantes são responsáveis por 97,43% da área de vinhedos do estado.
– Variedades do grupo Americanas, usadas em larga escala na produção de vinho de mesa e suco, estão presentes em todas as microrregiões e somaram 18.189,59 ha, em 2012, representando 38,64% da área total de videiras. A produção foi de 320.016,33 toneladas, 42,26% da produção total do Estado. As Híbridas, com área de 16.096,66 ha produziram, em 2012, 356.239,27 toneladas e representam 39,19% e 47,04 % da área e da produção do estado, respectivamente. Tanto as americanas quanto as híbridas são usadas também para consumo in natura.
– As variedades viníferas, usadas para elaboração de vinhos finos, ocuparam uma área de 6.606,03 ha, com produção de 81.031,89 ha, o que equivale a 16,08% da área e 10,70% da produção do estado.
– O agrupamento viníferas apresenta o maior número de cultivares, totalizando 99. Entretanto, 95% da área refere-se a 29 cultivares. A cultivar Cabernet Sauvignon, de maior área, ocupou 1.341,69 ha, em 2012, com produção de 12.556,92 toneladas, ou seja, 20,31% da área e 15,50% da produção de uvas viníferas do Rio Grande do Sul. Essa cultivar é usada especialmente para produção de vinho tinto fino.
– A cultivar Merlot, uma das tradicionais para elaboração de vinhos finos, ocupou 887,41 ha, em 2012, representando 13,43% da área.
– A cultivar Chardonnay, usada para elaboração de vinhos finos brancos e espumantes, ocupou 822,91 ha e representa 12,46% da área.
– A Moscato Branco ocupou 631,46 ha e representou 9,56% da área e 16,94% da produção, mostrando-se muito produtiva. Tem sido usada para elaboração de espumante moscatel, vinho frisante e vinho tranquilo.
– A cultivar Tannat, usada para elaboração de vinhos tintos finos, ocupou uma área de 351,11 ha, representando 5,31% da área e 6,02% da produção do agrupamento das cultivares viníferas do Rio Grande do Sul.

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