Nova tecnologia para a colheita da uva

Novidades para a área vitícola são apresentadas diariamente. Uma das mais recentes é a colheitadeira mecanizada de uva para uso em parreirais latados, bastante comuns na região da Serra. A tecnologia já é empregada em países como o Chile e a Itália. Recentemente, associados da Fecovinho estiveram visitando algumas propriedades do Chile e conheceram mais sobre o equipamento.

Conforme o presidente da Fecovinho, Oscar Ló, os modelos vistos respondem as necessidades dos produtores, que enfrentam dificuldades com a falta de mão de obra e com os altos custos de contratação. Porém, ele ressalta que as colheitadeiras mecanizadas precisam de adequações para trabalhar no solo gaúcho, visto que os parreirais chilenos estão em terreno planos, enquanto que no Rio Grande do Sul a uva é cultivada, em grande parte, nas encostas.

As colheitadeiras mecanizadas são desenvolvidas pela fábrica italiana Pulcinelli. O modelo Orvirotor efetua a colheita pela ação de grupos de rotação, formados por hastes que oscilam com uma frequência que varia entre 0 a 700 ciclos por minutos. Uma alavanca permite regular a velocidade de avanço em relação aos requisitos de trabalho e abas laterais garantem a recuperação do fruto. E, por meio de uma correia transportadora com velocidade ajustável, a uva é colhida e transportada no recipiente que segue para a debulhadora. O sistema de sucção ajustável elimina as folhas e outros detritos.

Conforme o proprietário da empresa Tecnofrutt, representante da máquina no Brasil e com sede em Farroupilha, Anderson Biondo Benato, a colheitadeira é auto-propelida, ou seja, tem um motor próprio e uma tração 4×4. “Realiza uma colheita por sistema de trepidação da parreira, que faz com que a uva caia num funil e a conduz até uma esteira, onde existem dois exautores que retiram as folhas”, explica. Ainda segundo Benato, a máquina tem um sistema de auto-nivelamento hidráulico que consegue se adaptar em terrenos com desníveis e, por isso, não teria problema de ser utilizada nos parreirais da Serra.

Para trabalhar no Brasil, o modelo tradicional italiano recebeu alguns ajustes. O padrão Orvirotor mundial tem 1.60m de largura, mas o modelo brasileiro foi reduzido para 1.30m. “Uma máquina mais estreita para as nossas condições de relevo”, diz. Outra adaptação foi o giro das quatro rodas, diferente do modelo italiano que gira apenas as rodas dianteiras. Com isso, a máquina consegue um melhor desempenho na manobra.

 Vantagem

A grande vantagem do equipamento é a redução da mão de obra. Por exemplo, as unidades presentes no Chile colhem cerca de 10 toneladas de uva por hora. Em parreirais conduzidos adequadamente conforme as normas o resultado será de 100% de colheita mecanizada, já nos parreirais tradicionais a média fica em 70%. “Existe uma grande redução na mão de obra, pois em oito horas ela colheria cerca de 80 toneladas, o que precisaria de, no mínimo, 80 pessoas para fazer isso”, exemplifica Benato.

De acordo com instruções da Pulcinelli, o rendimento médio da Orvirotor, entre 80 mil a 120 mil quilos de uva por 8-10 horas de trabalho, vai depender das condições dos parreirais. As recomendações são: em vinhedos antigos o resultado é menor; não pode haver partes lenhosas no campo da máquina; e toda a fruta precisa estar no meio da fileira de plantas.

O preço médio da máquina está estimado em R$ 350 mil. Vídeos sobre o funcionamento da colheitadeira podem ser vistos em http://www.globalfarms.cl ou http://www.pulcinellicosmec.com.

 

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