O câncer que mais faz vítimas entre as mulheres

Movimento ‘Outubro Rosa’ busca fortalecer as recomendações para o diagnóstico precoce do câncer de mama

 

Casos de câncer diagnosticados em seu estado inicial e com tratamento adequado têm uma chance de cura de aproximadamente 95%.
Casos de câncer diagnosticados em seu estado inicial e com tratamento adequado têm uma chance de cura de aproximadamente 95%.

Mais de 57 mil casos em 2015. Essa é a estimativa do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) sobre o câncer de mama, o tipo de carcinoma mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil. Depois do câncer de pele não melanoma, o câncer de mama responde por cerca de 25% das novas ocorrências a cada ano. Um em cada três casos pode ser curado se for descoberto logo no início, por isso o Inca realiza todos os anos o ‘Outubro Rosa’, um movimento que tem como intuito estimular a participação da população no controle do câncer de mama. Para as agricultoras, além dos fatores de risco tradicionais como histórico familiar ou pré-disposição genética, existe ainda o contato no uso de agrotóxicos, por isso realizar exames preventivos anuais é fundamental.
As mamas exercem papel de extrema importância na vida reprodutiva e na sexualidade da mulher. O tratamento das doenças da mama têm se tornado uma atividade especializada de muito estudo e dedicação. De acordo com o mastologista Flávio Elias Ribas, que atende em Caxias do Sul, o processo da carcinogênese (formação de câncer) geralmente é lento. “As células mamárias, ao se reproduzirem, sofrem o efeito de agentes cancerígenos, o que provoca uma alteração genética na célula, deixando-a doente.

A célula passa a se reproduzir com essa alteração e então o tumor começa a crescer”, explica Ribas. Há vários tipos de câncer de mama. Alguns se desenvolvem rapidamente e outros não. A maioria dos casos tem boa resposta ao tratamento, principalmente quando diagnosticado e tratado no início. “Cada mulher ao desenvolver a doença vai apresentar um tipo próprio de carcinoma, bem como com agressividade totalmente diferente. Nem todas as mulheres têm risco para desenvolver a doença”, complementa o médico.
Os fatores de risco
Não há uma causa única. Diversos fatores estão relacionados ao câncer de mama. O risco de desenvolver a doença aumenta com a idade, sendo maior a partir dos 50 anos. Entre os principais fatores de risco estão os comportamentais como obesidade e sobrepeso após a menopausa; sedentarismo (não fazer exercícios); e consumo de bebida alcoólica. No histórico de cada mulher também podem existir fatores como a primeira menstruação antes de 12 anos; não ter tido filhos; primeira gravidez após os 30 anos; não ter amamentado; ter feito uso de contraceptivos orais por tempo prolongado; e ter feito reposição hormonal pós-menopausa principalmente por mais de cinco anos. Características genéticas também influenciam como história familiar de câncer de ovário ou de mama, principalmente antes dos 50 anos.

A exposição aos agrotóxicos também é um fator de risco, seja pela alimentação que pelo uso, como é o caso das agricultoras que, nas mais diversas culturas, trabalham durante anos aplicando produtos. “Devemos reforçar a importância do cuidado na exposição à agrotóxicos e não deixar de realizar os exames preventivos anuais”, complementa o mastologista.

Diagnóstico precoce é fundamental
De acordo com o mastologista Flávio Elias Ribas, além do autoexame, as mulheres precisam buscar atendimento médico em caso de qualquer alteração. “Para o combate adequado da doença, precisamos ser ágeis no diagnóstico precoce, pois o câncer diagnosticado no seu estado inicial e adequadamente tratado tem uma chance de cura de aproximadamente 95%”, alerta Ribas. O exame mais importante para o diagnóstico do câncer de mama é a mamografia, que é nada mais que uma radiografia das mamas, realizada por um equipamento de raio X chamado mamógrafo, capaz de visualizar alterações suspeitas. Conforme orientação da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a avaliação mamográfica deve ser feita anualmente em todas as mulheres acima de 40 anos e a partir dos 35 anos para aquelas pacientes com história familiar de câncer de mama.

O mastologista Flávio Elias Ribas atende em Caxias do Sul, na Rua Pinheiro Machado, 2321, no Centro, sala 73. O telefone para contato é o (54) 3067.4652.
O mastologista Flávio Elias Ribas atende em Caxias do Sul, na Rua Pinheiro Machado, 2321, no Centro, sala 73. O telefone para contato é o (54) 3067.4652.

A ecografia mamária se torna um exame complementar na investigação após o resultado da mamografia alterado. O exame ecográfico também é uma ferramenta útil para avaliação de pacientes sintomáticas abaixo dos 35 anos. Para as mulheres com risco elevado para câncer de mama, o recomendado é sempre conversar com um médico para entender a conduta a ser seguida. A mamografia e o exame clínico das mamas identificam alterações suspeitas, mas a confirmação de câncer de mama é feita em laboratório pelo exame histopatológico, que analisa uma pequena parte retirada da lesão (biópsia).

Sinais e sintomas
Todas as mulheres, independentemente da idade, podem conhecer seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. A maior parte dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres. Olhe, palpe e sinta suas mamas no dia a dia para reconhecer suas variações naturais e identificar as alterações suspeitas. Os sintomas mais comuns são caroço (nódulo) fixo e geralmente indolor; alterações no bico do peito (mamilo); pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço; e saída de líquido anormal das mamas. Essas alterações precisam ser investigadas o quanto antes, mas podem não ser câncer de mama.

O tratamento
Depois de identificado o câncer, o mastologista Flávio Elias Ribas explica que existe uma rede profissional multidisciplinar, da qual a paciente passa a receber os cuidados necessários para o sucesso do seu tratamento. “A intervenção vai ser realizada de maneira particularizada para cada paciente mediante as características específicas de sua doença. Conforme a situação, será realizada a cirurgia, quimioterapia, radioterapia, bloqueio hormonal ou a terapia alvo com medicamentos específicos. As cirurgias estão cada vez menores e mais conservadoras, bem como as técnicas de cirurgias reconstrutoras que estão melhores e mais avançadas, principalmente com o uso das próteses de silicone. O atendimento humanizado e particularizado pelos profissionais da saúde é fundamental na aderência ao tratamento”, explica Ribas.

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