A Mello Vinícola, instalada a mais de 900 metros de altitude em Garanhuns (PE), está conduzindo um dos projetos mais originais da vitivinicultura nordestina: o amadurecimento de um Pinot Noir safra 2025 em ânforas de cerâmica produzidas pela Badicer. A proposta, inédita no Nordeste, busca capturar a expressão mais pura do terroir local.
“O Pinot Noir se adaptou muito bem aqui, no nosso terroir de Garanhuns. A gente não queria nada que mascarasse essa identidade. A ânfora foi a solução para valorizar a fruta e preservar a tipicidade”, explica o CEO da vinícola, Carlos Mello.
Com apenas quatro anos de implantação, a vinícola familiar — inspirada no patriarca Mário Mello e administrada pelo filho, Carlos Mello — já colheu frutos da primeira safra e avança com novos lançamentos. A previsão é de que o Pinot Noir em ânfora permaneça maturando até setembro, com envase previsto para o final deste mesmo mês.
Além do Pinot, a vinícola irá engarrafar ainda em maio os primeiros rótulos da safra 2025: o rosé Alvorecer Malbec, o primeiro branco da casa, elaborado com Chenin Blanc, Alvarinho e Sauvignon Blanc, e o Sete Laços Reserva Malbec, que passou 12 meses em barricas de carvalho francês.
“Mesmo os vinhos de entrada surpreendem. O branco, por exemplo, teve passagem parcial por barrica nova de primeiro uso e traz equilíbrio, frescor e muita fruta”, destaca Mello.
A receptividade dos visitantes tem sido outro ponto alto. Com turistas vindos de cidades como Recife, Aracaju, Salvador e Natal, a vinícola já oferece visitas guiadas de quinta a domingo e se prepara para inaugurar um espaço de eventos e hotelaria, com obras previstas para começar ainda este ano.
“Garanhuns é uma cidade turística com potencial imenso. Temos quatro grandes festivais ao longo do ano e um clima invejável: média de 21°C, noites frescas e baixa pluviosidade. Tudo favorece a produção de vinhos elegantes e equilibrados”, afirma o CEO.
A Mello Vinícola conta atualmente com 7 hectares plantados e prevê a expansão da área de Pinot Noir, além de novos lançamentos como o vinho “Conselheiro”, um grand reserva em homenagem ao pai da família, previsto para 2028.
Com sua abordagem inovadora e vínculos afetivos com a terra, a vinícola desponta como um dos nomes mais promissores do enoturismo nordestino e da nova vitivinicultura brasileira.
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