Previna-se das gripes e resfriados

Além da vacinação contra a influenza, que pode ser feita em postos de saúde ou clínicas particulares,
nutrir hábitos saudáveis e uma alimentação balanceada podem manter os vírus bem longe

Campanha de vacinação contra a gripe segue até o dia 20 de maio nos postos de saúde de todo o Rio Grande do Sul. Clínicas e planos de saúde oferecem a dose na rede particular de saúde.
Campanha de vacinação contra a gripe segue até o dia 20 de maio nos postos de saúde de todo o Rio Grande do Sul. Clínicas e planos de saúde oferecem a dose na rede particular de saúde.

 

Camila Baggio
camila@avindima.com.br

Quando o inverno se aproxima e as temperaturas ficam mais baixas, começa também a época ideal para contrair gripes, resfriados e também rinites alérgicas. O vírus influenza provoca mal-estar geral no corpo, coriza, dor na garganta, dor de cabeça, às vezes no ouvido, e também febre. Quem, com hábitos saudáveis diários, preserva o sistema imunológico fortalecido, garante uma boa distância durante muitos anos sem sofrer com os sintomas da gripe. Mas se não teve jeito e o corpo está sentindo os sinais da doença, é bom buscar repouso e encorpar vitaminas importantes para a recuperação do organismo, como a vitamina C. Se não houver complicações, o quadro de mal-estar tende a sumir em cerca de uma semana. Mas, atenção, uma febre mais forte e duradoura pode trazer diversas consequências mais graves, como estamos sentindo neste ano com a Influenza A – H1N1.
No Brasil já foram registradas mais de 410 mortes pela doença neste ano, sendo que o Rio Grande do Sul está entre os Estados com mais casos registrados. Segundo a Secretaria de Saúde gaúcha, o Estado registrou 35 mortes pela Influenza A (dados do dia 11 de maio, data do fechamento desta edição). O maior número está concentrado em Porto Alegre, mas em mais de 50 municípios foram registrados casos e, em alguns deles, também óbitos. O país passa por uma campanha nacional de vacinação contra a gripe, que segue até o dia 20 de maio. Nesta fase, são vacinadas nos postos de saúde públicos as pessoas incluídas nos chamados grupos prioritários: profissionais da saúde, crianças maiores de seis meses e menores de cinco anos, gestantes, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto), pessoas com 60 anos ou mais e pessoas com comorbidades (doenças crônicas respiratórias, do coração, com baixa imunidade, entre outras).
Quem não se inclui nos grupos de risco em que a rede pública de saúde faz a vacinação, mas mesmo assim quer se imunizar, alguns planos de saúde oferecem a dose na rede particular. Muitos, porém, estão com as vacinas esgotadas. Entre em contato com os planos disponíveis na sua cidade e verifique a disponibilidade da imunização. Os valores variam bastante e, em média, custam de R$ 45 a R$ 70. A campanha de vacinação contra a gripe encerra no dia 20 de maio, podendo ser prorrogada. Caso ao final da ação sobrem vacinas, elas então são abertas para a população em geral.

Sobre a vacina
Todas as pessoas podem receber a vacina contra a H1N1, exceto crianças menores de seis meses de vida. Na rede particular, crianças abaixo de nove anos e gestantes devem apresentar uma prescrição médica. A imunização contra a gripe H1N1 tem apenas uma contraindicação: o paciente não pode estar com febre – pelo menos pelas últimas 48 horas. “O ideal é receber a vacina quando se está bem, evitando aqueles períodos de resfriados e indisposição”, complementa a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Flores da Cunha, Eliane Boff Casagranda.
Há duas versões diferentes da vacina: a trivalente, que imuniza contra três tipos de vírus (H1N1, H3N2 e Influenza B), e a tetravalente, que imuniza contra quatro tipos de vírus (além das três anteriores, age contra uma segunda cepa da Influenza B, que são as gripes comuns). Na rede pública, apenas a vacina trivalente está disponível e, em alguns planos particulares, é possível encontrar as duas opções.
Após a imunização, o efeito colateral mais comum, como qualquer outra vacina, é dor e inchaço no local da picada. Depois de receber a dose, a imunização não é imediata. Em qualquer uma das duas vacinas a pessoa só estará protegida contra a gripe após um período de três a quatro semanas, que é o tempo necessário para a produção de anticorpos contra a doença. Com a vacina, a imunização está garantida apenas por um período de seis a oito meses. Por essa razão é necessário receber a dose todos os anos.

Fique longe da gripe
O vírus influenza, que causa a gripe, tem três tipos: A, B e C. Os vírus são geneticamente diferentes, e por isso têm comportamentos diferentes. Os vírus C estão ligados a casos mais isolados, isso porque eles têm menor capacidade de transmissão e causam as gripes mais leves. Já o vírus A, é responsável pelo maior número de epidemias porque tem maior capacidade de disseminação. Esse tipo do vírus, o A, tem vários subtipos. Os mais perigosos são o H3N2 e o famoso H1N1. Até o momento, o Rio Grande do Sul registrou neste ano um caso do H3N2, 35 do H1N1, além de um óbito por Influenza A (não subtipado). Casos da Influenza B não foram registrados.
O contágio da H1N1 se dá pelo contato com este vírus, que pode estar em maçanetas, corrimões e, após tocar o local afetado, e levar, por exemplo, as mãos a boca ou olhos, já pode acontecer a transmissão do vírus. Após ser infectada pelo vírus, uma pessoa pode demorar de um a quatro dias para começar a apresentar os sintomas da doença. Da mesma forma, pode demorar de um a sete dias para ser capaz de transmiti-lo a outras pessoas. Por isso, além da vacinação, alguns cuidados simples são indispensáveis para deixar os vírus da gripe bem longe.

Os principais sintomas

Os vírus que causam as gripes acarretam também sintomas muito parecidos, inclusive a gripe comum e a H1N1. O indicado é que, ao sinal de febre, dor de garganta e dor de cabeça, nas articulações, ou muscular, seja procurado atendimento médico. O antiviral Oseltamivir, de nome comercial Tamiflu, está disponível em todo o Estado gratuitamente, e o seu uso no início dos primeiros sintomas da gripe é fundamental para impedir o agravamento dos casos.
As complicações decorrentes da gripe H1N1 são comuns em pessoas jovens, o que é bastante difícil de acontecer em casos de gripe comum. A insuficiência respiratória é um sintoma frequente da gripe H1N1 que não é devidamente tratada. Em casos graves, ela pode levar o paciente à morte.
Principais sintomas da gripe H1N1: febre alta; tosse; dor de cabeça; dores musculares; falta de ar; espirros; dor na garganta; fraqueza; coriza; congestão nasal; náuseas e vômitos; diarreia.
Fonte: Ministério da Saúde.

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