Safra do alho deverá ser parecida com a anterior

Colheita tem boas perspectivas em qualidade e produção de
20 milhões de quilos, mesmo índice registrado no ano de 2013

 

Página 17Produtores de alho de todo o Brasil se reunirão no dia 7 de novembro, em Campestre da Serra, durante o XXVII Encontro Nacional do Alho, para debater o mercado e as perspectivas da hortaliça para a safra 2014/2015. Os dados preliminares apontam uma safra parecida com a do ano passado, tanto em termos de qualidade, quanto de quantidade. Segundo o presidente da Associação Nacional de Produtores de Alho (Anapa), Olir Schiavenin, no Rio Grande do Sul a projeção é colher entre 20 a 22 mil toneladas de alho, mesmo índice de 2013/2014, visto que a área de produção se manteve quase igual. “O alho possui um investimento muito alto e, normalmente, os produtores não arriscam aumentar a área e mantém os mesmos hectares, já que possuem o mercado e os equipamentos necessários para aquele espaço”, explica o presidente.

Tabela pg 16A colheita no Estado ainda não iniciou – a previsão está entre o final de novembro e começo de dezembro -, mas a qualidade e os cuidados já podem ser vistos. De acordo com o boletim semanal da Emater/RS, as lavouras estão na fase de diferenciação e nas variedades precoces os produtores já iniciaram a retirada do pendão floral. O principal problema tem sido a dificuldade no controle da bacteriose, pois as chuvas das últimas semanas favoreceram o aparecimento da doença e dificultaram o controle. Entretanto, a perspectiva segue otimista. “Vai depender muito da questão climática, mas a expectativa inicial está favorável, já que o alho apresenta boa sanidade, um aspecto firme e de bom tamanho, o que reflete na sua qualidade”, pontua Schiavenin.

A conjuntura mensal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta um pequeno crescimento de 0,3% na área cultivada em todo o Brasil para a safra 2014/2015, devendo totalizar 9.541 hectares nesse ano, contra 9.516 cultivados no ano passado.

Os índices da Conab revelam ainda que a produção nacional está estimada em 111,8 mil toneladas, indicando um crescimento de 9,5% se comparado as 102,1 toneladas colhidas na safra anterior. “O crescimento da produção é atribuído a um incremento de 9,2% nos níveis de produtividade onde o uso de tecnologia vem sendo utilizado nas principais regiões produtoras, cuja média prevista é de 11,7 mil kg/ha. Esse incremento ocorrerá basicamente na região centro-oeste do país”, diz a analista de engenharia agrônoma da Conab, Ana Rita Lopes Freddo.

Tabela pg 17Mercado
O consumo de alho per capita no país é de 1,50 kg/habitante por ano, ou seja, entre 210 a 220 mil toneladas. Nesta safra, serão necessárias 300 mil toneladas para o abastecimento nacional. A demanda mensal será de 2,5 milhões de caixas de dez quilos ou 83 mil caixas por dia.

A produção nacional responde por 40% do consumo, sendo que os outros 60% são de alhos importados, principalmente da China (40%) e da Argentina (20%). De janeiro a junho deste ano, conforme dados da Secex, o Brasil importou mais de 9 milhões de caixas no valor de US$ 103.395.098. O volume médio mensal importado foi de 1,50 milhão de caixas. De acordo com a analista da Conab, essa entrada maciça de alho importado resulta em mudança de preços. “No Rio Grande do Sul os preços quase não oscilaram, mas é interessante frisar que ocorreu uma queda nas cotações, no espaço entre fevereiro a abril de 2014, devido à pressão exercida pela entrada do alho importado”, diz a analista.

Segundo a conjuntura mensal da Conab, o preço pago ao produtor no mês de junho estava em torno de R$ 4,66 a R$ 7, com valor mínimo variando entre R$ 2,98 a R$ 3,10, dependendo da região. “O preço está se mantendo e não há nada que fará com que ele aumente ou reduza muito”, frisa o presidente da Anapa.

 

Números do RS

Área: 1.800 hectares
Produtividade: 20 a 22 mil toneladas
Produção média: 11 a 12 toneladas por hectare
Mão de obra: 18 mil pessoas
Características: pequenos produtores

(Fonte: Anapa)

Colheita da cebola
O boletim semanal da Emater/RS aponta que, na Serra Gaúcha, as lavouras de cebola estão em fase de desenvolvimento vegetativo. As condições de alta umidade e baixa insolação que ocorreram nas primeiras semanas de outubro favoreceram a ocorrência de doenças, como o míldio e a mufa.
O Rio Grande do Sul tem 800 hectares da cultura plantados. A estimativa de colheita para essa safra é cerca de 190 mil toneladas. Municípios da Serra Gaúcha estão entre os maiores produtores da hortaliça.

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Colheita no Estado ainda não iniciou. Previsão está entre o final de novembro e começo de dezembro. (Foto: Arquivo A Vindima)

 

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