Maioria dos produtores é contra a inclusão de uvas internacionais na elaboração do vinho
A proposta de permitir a inclusão de até 15% de uvas internacionais, como a Cabernet Sauvignon, a Merlot e a Syrah, nas diretrizes da Doc (Denominação de Origem Controlada) que rege a elaboração do Rosso di Montalcino, o irmão mais jovem e menos valorizado do famoso Brunello de Montalcino, foi rejeitada por mais de dois terços dos membros do consórcio de produtores dessa região toscana. Em votação realizada em 7 de setembro, 69% dos produtores (465 associados) votaram contra a mudança e 31% (210) se mostraram favoráveis à reforma da Doc, segundo informações divulgadas no site da revista gastronômica italiana Gambero Rosso. Portanto, o Rosso di Montalcino continua sendo um varietal 100% feito com a Sangiovese, uva que é a quintessência da Toscana. Os defensores da proposta diziam que, se o Rosso se tornasse um blend de Sangiovese e outras uvas, esse vinho teria uma qualidade mais constante e características mais apreciadas pelo consumidor internacional. O argumento não convenceu a maioria dos produtores, para quem a alteração acabaria descaracterizando o vinho. A ideia de reformar o Rosso apareceu depois que produtores de Montalcino estiveram envolvidos nos últimos anos em denúncias e investigações de fraudes que incluíam a adição de uvas não autorizadas no Brunello, uma DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida) que permite apenas vinhos elaborados 100% com a Sangiovese.
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