
A Subcomissão da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul que analisa o uso de herbicidas hormonais em lavouras do Estado realizará sua primeira reunião externa no dia 5 de maio, às 13h30, no auditório da Cooperativa Agrária São José, em Jaguari, região Central do RS. A iniciativa, proposta pelo deputado estadual Elton Weber (PSB) e aprovada por unanimidade na Comissão de Agricultura, é uma resposta direta às crescentes denúncias sobre os prejuízos causados pela deriva de defensivos como o 2,4-D.
Inicialmente, o primeiro encontro ocorreria em Dom Pedrito, mas foi transferido para Jaguari para evitar conflito de agenda com um importante evento do setor vinícola — um dos mais prejudicados pela aplicação inadequada desses produtos. A audiência em Dom Pedrito agora está marcada para 19 de maio, no prédio acadêmico da Unipampa.
O deputado Adolfo Brito (PP), relator da Subcomissão, acompanhará os encontros e prevê a apresentação do relatório final no dia 14 de agosto. “É necessário estancar o problema causado por defensivos que se deslocam para além do alvo, prejudicando vizinhos que sequer utilizam esses produtos. Nenhuma campanha educativa ou acordo judicial deu conta da gravidade do problema até agora”, afirma Weber.
A Subcomissão terá duração de 120 dias, sem possibilidade de prorrogação, e prevê dez reuniões presenciais em diversas regiões produtoras do Estado, além de uma na capital. O objetivo é ouvir agricultores, entidades setoriais, pesquisadores, órgãos de fiscalização e representantes da indústria química para construir um diagnóstico preciso e propor medidas técnicas e legislativas que protejam culturas sensíveis e assegurem a diversificação agrícola no RS.
Impactos na vitivinicultura
A deriva de herbicidas hormonais já foi associada a danos severos em vinhedos, oliveiras, nogueiras e pomares de maçã, com prejuízos documentados em várias regiões, incluindo Campanha Gaúcha, Serra e Fronteira Oeste. Laudos técnicos comprovam a presença de princípios ativos como o 2,4-D em áreas onde não houve aplicação direta, evidenciando a urgência da discussão.
A realização da primeira audiência em Jaguari é simbólica: o município tem sido uma das vozes mais ativas na denúncia dos impactos do uso irregular de herbicidas, com registros de perdas significativas na produção de uvas viníferas. A escolha do local também reforça a importância da vitivinicultura como patrimônio econômico e cultural do Estado, que agora passa a ter o vinho e o espumante como símbolos oficiais do Rio Grande do Sul, conforme nova lei sancionada em abril.
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