Tristeza parasitária bovina

 

 

 

 

 

Atílio

 

 

 

Por Attílio Santini – Veterinário

attilio.santini@yahoo.com.br

 

Denomina-se tristeza parasitária o complexo de duas doenças causadas por agentes etiológicos diferentes, porém com os mesmos sinais clínicos sendo os causadores da doença: a Babesiose e Anaplasmose. Tanto a Babesia quanto a Anaplasma são parasitas intraeritrocitário, causando a destruição das células vermelhas do sangue.
Esses agentes patológicos da tristeza parasitária são transmitidos pelo o carrapato da especie Boophilus Microplus. Já o Anaplasma pode, ainda, ser transmitido mecanicamente por insetos que se alimentam de sangue, como moscas, mutucas e mosquitos, ou por instrumentos durante a castração e vacinação que estejam contaminados pela Rickéttsia.
O período de incubação da doença, ou seja, o tempo em que o carrapato entra em contato com o bovino até o momento de demonstrar os sinais clínicos da doença variam de 7 a 20 dias. Quando for causada pelo agente da Babesia o animal deve demostrar a doença de 7 a 10 dias. Já o Anaplasma o tempo é superior a 20 dias. A doença tem maior ocorrência nas estações de verão e outono.

Existem alguns fatores que favorecem o aparecimento da doença, por exemplo:
– Raça: os bovinos de raças europeias são mais sensíveis a tristeza parasitária que as raças zebuínas;
– Idade: em animais não imunizados o risco de adoecer e vir a óbito com a doença são significativamente maiores que os animais acima de 12 meses e que já tiveram contato com o agente causador da doença;
– Fatores individuais: sempre que a quantidade de agentes patológicos for maior que a defesa do animal ele apresentará a doença. Exemplo disso são animais estressados após transporte, pois durante esse processo tem seu sistema imune suprimido, fazendo com que a doença se manifeste por superar a imunidade do animal. Além disso, animais recém introduzidos em uma região com altos níveis de carrapato têm grandes chances de apresentar a doença, sendo eles provenientes de áreas livres como de áreas que tem presença de carrapato, pois pode haver diferença entre as cepas da mesma espécie.
Os sinais clínicos dependem da quantidade do inóculo (número de carrapatos infectandos) e sensibilidade do animal infectado. Entre os sinais está: cansaço aparente, orelhas caídas, debilidade, sem vontatde para se alimentar, emagrecimento, pelos arrepiados, redução dos movimentos de ruminação, diminuição da produção de leite, icterícia (amarelão), hemoglobinuria (urina com sangue) e febre podendo superar os 41°.
Como métodos de diagnóstico a fim de individualizar qual o causador da tristeza parasitária pode ser feita a coleta de sangue com anticoagulante e posteriormente realizado um esfregaço e hemograma sanguíneo pelo médico veterinário.
O tratamento e prevenção dessa enfermidade é feito com remédios que têm efeito babesicida (derivados da diamidina), anaplasmicida (tetraciclinas) e de dupla ação (imidocarb e associação de diamidina com oxitetraciclina).

 

 

 

 

 

 

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