Fecovinho e Conab buscam estratégias para frear queda no consumo e ampliar mercado do suco de uva brasileiro

Federação das Cooperativas Vinícolas alerta para retração de 17,6% em 2025 e propõe medidas de regulação, preço mínimo e incentivo à exportação para fortalecer o setor vitivinícola nacional
Fecovinho apresenta medidas consideradas essenciais para o diretor-presidente da Conab, João Edegar Pretto

 

A retração do consumo interno de suco de uva preocupa a cadeia produtiva vitivinícola do Rio Grande do Sul e mobiliza entidades em busca de soluções. Na última segunda-feira (1º), a Federação das Cooperativas Vinícolas do RS (Fecovinho) esteve reunida com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para discutir estratégias capazes de ampliar o mercado e conter as perdas do setor.

Segundo dados apresentados pela Fecovinho, o consumo interno registrou uma queda de 4,2% em 2024 e deve recuar ainda mais em 2025, com projeção de retração de 17,6%. A redução preocupa especialmente pela estocagem de volumes expressivos de suco concentrado, que ameaça o equilíbrio financeiro de cooperativas e produtores caso não haja escoamento adequado.

Na reunião, a Fecovinho apresentou três medidas consideradas essenciais:

  1. Combate à falsificação de rótulos – reforçando a fiscalização de bebidas que usam imagens de uva, mas contêm percentual mínimo ou até insignificante da fruta.
  2. Implantação de preço mínimo para o suco de uva – garantindo sustentação de mercado e evitando negociações abaixo do custo de produção.
  3. Subvenção para exportação – com apoio da Conab, ApexBrasil e Camex, viabilizando a saída de estoques excedentes e abrindo novas frentes no mercado internacional.

Um dos principais pontos levantados pela Fecovinho é a falta de fiscalização sobre bebidas açucaradas que utilizam imagens e nomes de frutas para atrair o consumidor, mas que têm percentual ínfimo de suco. Em denúncia recente, a entidade identificou um produto rotulado com cacho de uva, mas que continha apenas 1% de suco de uva e proporção maior de maçã.

A prática contraria a Portaria MAPA nº 123/2021, que exige no mínimo 30 ml de suco ou polpa a cada 100 ml de produto em refrescos e compostos, e 10 ml em refrigerantes. A norma também proíbe o uso de imagens e embalagens que remetam a uma fruta em destaque quando esta não for predominante na composição.

Para a Conab, a questão exige ação conjunta com MAPA e Anvisa, a fim de garantir transparência ao consumidor e competitividade ao suco de uva nacional.

Exportação como saída estratégica

Outra frente discutida foi a necessidade de criar uma política pública que assegure preço mínimo para o suco e, caso este não seja atingido, a implementação de subvenção federal para exportação. A medida permitiria ampliar mercados, reduzir estoques internos e gerar maior equilíbrio à cadeia produtiva.

A articulação da Fecovinho com órgãos federais em Brasília tem potencial para consolidar uma política nacional de incentivo à exportação do suco de uva brasileiro, ampliando a presença do produto no mercado externo e assegurando maior estabilidade econômica para produtores e cooperativas.

 

Fecovinho e diretores da Conab buscam estratégias para ampliar mercado do suco de uva brasileiro

 

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