Risco de granizo e doenças fúngicas exige atenção redobrada dos viticultores na primavera

EMATER-RS alerta para cuidados imediatos no manejo da videira; produtores cobram avanços no sistema antigranizo da Serra Gaúcha
MAPA/INMET emitiram alerta sobre fortes tempestades e queda de temperatura no Sul do país

 

O início da primavera trouxe preocupação ao setor vitivinícola do Sul do Brasil. Segundo alerta do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), fortes tempestades acompanhadas de ventos, chuvas intensas e queda brusca de temperatura atingem a região, aumentando os riscos para os parreirais em plena fase de brotação. Para a viticultura, esse é considerado um dos períodos mais críticos do ciclo da videira, quando granizo, excesso de umidade ou frio podem comprometer a produção de toda a safra.

De acordo com Thompson Didoné, extensionista rural da EMATER-RS, os danos provocados por uma chuva de granizo nesta fase são particularmente graves. “A videira está em início de brotação. Uma chuva de granizo pode arrancar essa brotação e, junto, toda a safra. Mais tarde, após a floração, o impacto é menor, mas neste momento é extremamente crítico”, explicou. O extensionista lembra ainda que, além da perda imediata, os danos físicos aumentam os custos de produção, pois exigem mais tratamentos fitossanitários e elevam o risco de entrada de doenças como míldio, podridão ácida e Botrytis .

Doenças e prevenção

As condições previstas para os próximos dias — alta umidade, vento frio e temperaturas mais baixas — também favorecem a ocorrência de doenças fúngicas, como a antracnose (popularmente conhecida como varola) e a escoriose. “O mesmo tratamento que é utilizado para antracnose já combate a escoriose. Mas quando o tempo esquenta, o risco maior passa a ser o míldio, que exige aplicações preventivas a cada 8 a 10 dias”, explicou Didoné.

Ele reforça que a prevenção deve ser acompanhada de orientação técnica especializada. “O agricultor deve sempre procurar um agrônomo de confiança, seja de cooperativas, da Emater ou de instituições como a Embrapa. É importante usar a dosagem recomendada, respeitar o período de carência dos produtos e, principalmente, utilizar os equipamentos de proteção individual (EPIs) durante a aplicação”, destacou.

Seguro agrícola e tecnologias

Segundo a EMATER-RS, a principal segurança contra eventos climáticos ainda é o seguro agrícola, muitas vezes atrelado ao financiamento de custeio da safra. Em casos de perda total ou parcial, o seguro garante ressarcimento mínimo ao produtor. Há também métodos mecânicos em teste, como canhões que emitem ondas sonoras para tentar dissipar o granizo e foguetes com produtos químicos que evitam sua formação. No entanto, essas alternativas ainda apresentam alto custo e resultados incertos, sendo mais comuns em culturas de grande escala, como maçã em Vacaria.

O debate em torno da instalação do sistema antigranizo na Serra Gaúcha, que chegou a ter recursos assegurados pelo Fundovitis, segue sem desdobramentos concretos.

 

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