A vitivinicultura brasileira alcança um novo patamar de reconhecimento internacional com a confirmação de que o Brasil será a sede do 24º Congresso Internacional GiESCO em 2027. Considerado um dos mais prestigiados encontros globais de viticultura e enologia, o evento acontecerá em Bento Gonçalves (RS), no último trimestre do ano, marcando um momento histórico para a pesquisa vitivinícola nacional.

A proposta vencedora foi apresentada pelo pesquisador Giuliano Elias Pereira, da Embrapa Uva e Vinho, durante o encerramento da 23ª edição do congresso em Geisenheim, Alemanha, que reuniu 350 participantes de 24 países. A escolha do Brasil, à frente de outros candidatos globais, solidifica a crescente relevância e o avanço técnico-científico da produção de vinho brasileiro no cenário mundial.

A organização do GiESCO 2027 será liderada por um grupo coordenado pela Embrapa Uva e Vinho, em parceria com diversas instituições-chave do setor. Um diferencial estratégico na candidatura brasileira foi a inclusão de um pré-evento no Vale do São Francisco. Essa iniciativa visa demonstrar aos participantes internacionais a singularidade e a pujança da vitivinicultura tropical, uma faceta inovadora e de grande interesse para a pesquisa em enologia e viticultura. Essa dualidade de cenários – o tradicional do Sul e o pioneiro do Nordeste – oferecerá uma perspectiva completa da diversidade e adaptabilidade do vinhedo brasileiro.

O Congresso GiESCO é conhecido por ser um fórum de debates sobre os temas mais urgentes e inovadores da viticultura mundial. Na edição deste ano, realizada de 26 de julho a 1º de agosto, foram abordados tópicos como manejo de solo e água, digitalização na viticultura, mecanização e robótica, viticultura orgânica e sustentável, biodiversidade, e, crucialmente, mudanças climáticas e produção de espumantes. A presença desses debates no Brasil permitirá que enólogos, produtores de vinho, sommeliers e demais profissionais do trade nacional dialoguem diretamente com as inovações e desafios globais.

A vinda do GiESCO ao Brasil não apenas eleva o perfil da pesquisa vitivinícola brasileira, mas também abre portas para um intercâmbio técnico-científico sem precedentes. Será uma oportunidade ímpar para que especialistas nacionais apresentem suas soluções e desafios, ao mesmo tempo em que absorvem o conhecimento de ponta das maiores referências mundiais. A decisão de sediar o evento no país, demonstra a confiança da comunidade científica global no potencial e na capacidade inovadora da vitivinicultura do Brasil. Este é um passo fundamental para o reconhecimento e a valorização do vinho brasileiro em escala global.

Na mesma assembleia, também foi definida a China como sede do 25º Congresso, em 2029, superando a candidatura de Bordeaux, na França.