
A visita do diretor-geral da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), John Barker, ao Brasil marcou um capítulo inédito para o setor vitivinícola nacional. Durante coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (22), em Bento Gonçalves (RS), Barker destacou que o país reúne condições únicas para fortalecer sua posição no mercado internacional de vinhos, espumantes, sucos e derivados da uva.
“Quero que a OIV esteja presente no Brasil de maneira mais próxima, acessível e relevante”, afirmou Barker, ressaltando que a diversidade de terroirs, a inovação tecnológica e o espírito empreendedor dos produtores brasileiros colocam o país em um lugar estratégico dentro da vitivinicultura global.
Em sua fala, o diretor-geral da OIV frisou que o Brasil possui um patrimônio vitivinícola que precisa ser mais amplamente reconhecido no exterior. “O vinho brasileiro, o suco e os derivados da uva têm um enorme potencial”, disse, defendendo a importância de fortalecer a imagem do país junto a consumidores e formadores de opinião internacionais.
Para Barker, a OIV pode contribuir nesse processo ao promover dados técnicos, padrões de qualidade e cooperação entre países. Ele também ressaltou o papel central do Brasil como participante ativo nas comissões científicas e técnicas da organização.
Durante a coletiva, Barker lembrou que o Brasil já teve momentos de destaque dentro da OIV, como a realização do Congresso Mundial da Vinha e do Vinho em 2016 e a eleição da brasileira Regina Vanderlinde como presidente da entidade entre 2018 e 2021.
Atualmente, o país mantém posições de liderança com a pesquisadora Fernanda Spinelli à frente da Subcomissão de Métodos de Análise (2024–2027) e com Alinne Barcelos, que assumirá em 2025 a presidência do Grupo de Especialistas em Segurança Alimentar.
“O Brasil tem sido um membro altamente engajado da OIV há muitos anos”, reforçou Barker, acrescentando que a cooperação técnica brasileira é fundamental para o desenvolvimento conjunto do setor.
Sustentabilidade e escuta ativa
Outro ponto central da visita foi o diálogo sobre sustentabilidade, tema prioritário da gestão atual da OIV. Barker destacou que a vitivinicultura tem papel relevante não apenas no meio ambiente, mas também no desenvolvimento territorial e no bem-estar das comunidades.
“É muito importante ouvir diretamente dos países, produtores e técnicos suas expectativas e demandas. Isso nos ajuda a construir uma OIV mais conectada e eficaz”, destacou, defendendo práticas baseadas em ciência e responsabilidade.

Repercussão no setor
Para o presidente do Consevitis-RS, Luciano Rebellatto, a presença do diretor-geral da OIV no Brasil consolida um reconhecimento internacional. “Estamos certos de que essa visita trará desdobramentos positivos para toda a cadeia produtiva, desde a ampliação da presença brasileira nos fóruns técnicos até novas parcerias voltadas à pesquisa, inovação e valorização do vinho brasileiro”, afirmou
Hugo Caruso, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do MAPA, também reforçou o desempenho do país em escala global. “O Brasil tem mostrado ao mundo a força de sua diversidade produtiva e o protagonismo de seus especialistas. Essa aproximação com a OIV é um passo estratégico para ampliar prestígio e oportunidades no cenário global”, pontuou.
Por que importa para o Brasil
A visita de John Barker não apenas fortalece o vínculo institucional do país com a OIV, mas também reafirma a importância da vitivinicultura brasileira como ator global. Em um momento de desafios internos e busca por maior inserção internacional, o reconhecimento vindo diretamente do diretor-geral da principal entidade do setor é um marco histórico.

–
Quem acompanha o Portal A Vindima por e-mail terá acesso antecipado a artigos exclusivos sobre os temas mais relevantes da vitivinicultura brasileira! Cadastre-se no campo ‘Receba as notícias por e-mail e fique atualizado’ no final desta página!