Exército auxilia viticultores na reconstrução de parreirais atingidos por tornado em Flores da Cunha

Ação ocorre de 16 a 18 de dezembro e ajuda a reduzir risco de perdas na principal região produtora de vinhos do Brasil

 

Flores da Cunha, maior produtora de vinhos do Brasil, recebe de hoje (16) até quinta-feira (18) o apoio do Exército Brasileiro para auxiliar na reconstrução de parreirais derrubados pelo tornado que atingiu o município e áreas de Nova Pádua na semana passada. A atuação ocorre a pedido da Prefeitura de Flores da Cunha, diante da gravidade dos danos e da escassez de mão de obra para a recuperação dos vinhedos.

Os trabalhos começaram ainda na manhã desta terça-feira no Travessão Alfredo Chaves, uma das regiões mais atingidas pelo evento climático. A chegada dos militares ocorre em um momento considerado estratégico pelo setor vitivinícola, já que o atraso no reerguimento das plantas poderia ampliar significativamente as perdas produtivas e comprometer a próxima safra.

Segundo o tenente dos Santos, a operação envolve militares do 3º Grupo de Artilharia Antiaérea (3º GAAAE), sediado em Caxias do Sul, com atuação prevista ao longo de três dias consecutivos.

“Hoje a gente está contando com o apoio de 60 militares lá da guarnição de Caxias do Sul do 3º GAAAE, aqui na comunidade Alfredo Chaves. Nossa expectativa é ficar hoje o dia inteiro, a gente começou ali às 8 horas da manhã, quarta-feira e quinta-feira o dia inteiro também. Essa é a nossa expectativa, se for necessário a gente pode ficar mais aí pra apoiar o pessoal”, afirmou.

De acordo com o tenente, o acionamento ocorreu diretamente por meio do poder público municipal. “Foi a prefeitura que entrou direto em contato conosco, a gente ouviu o prefeito que conversou conosco diretamente e a gente decidiu prestar apoio aqui pra população aqui de Flores da Cunha”, revelou.

No campo, produtores acompanham de perto a atuação dos militares e destacam a importância do reforço humano para acelerar a recuperação das áreas afetadas. O viticultor Tiago Batista, um dos produtores atingidos, relata que somente em sua propriedade cerca de 9 hectares de vinhedos foram derrubados pelo tornado.

“Entre oito e meio a nove hectares de parreirais foram atingidos aqui pelo tornado. O exército aqui tá ajudando bastante, muito mesmo. Ajuda muito, porque a união aqui faz a força, e estou vendo pessoalmente isso acontecer”, comemorou.

Segundo ele, a mobilização coletiva tem sido determinante para reduzir prejuízos. “A união de todo mundo aqui, do exército, do pessoal de Nova Pádua, de Flores, que está ajudando aí. Quanto mais gente, melhor é as coisas. Fica mais fácil com todo mundo. E com a força do exército, mais fácil ainda vai ficar pra gente”, afirmou.

Entre as variedades atingidas na propriedade de Tiago Basto estão Niágara, Isabel, Bordô, Cora, além de outras cultivares tradicionais da região, utilizadas tanto para uvas de mesa quanto para processamento industrial.

Mão de obra era principal gargalo após o tornado

Antes da chegada do Exército, o setor enfrentava um cenário crítico. Apesar da solidariedade entre produtores, cooperativas e comunidades vizinhas, a falta de mão de obra especializada colocava em risco o reerguimento rápido dos parreirais, aumentando a exposição das plantas a doenças, quebra estrutural e perda de vigor.

Nesta segunda-feira (15), alguns produtores estavam sem expectativa de concluir o serviço com rapidez. “Hoje comecei e não consegui terminar pela falta de mão de obra”, afirmou Cladir Mioranza.

A ação emergencial ajuda a mitigar esse risco e reforça a importância da articulação entre poder público, setor produtivo e instituições em momentos de crise climática — realidade cada vez mais frequente na vitivinicultura brasileira.

 

 

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