Grupo Verano Brasil aposta na Ásia e leva o Vale do São Francisco ao mercado internacional

Com portfólio inovador e foco em frisantes, o grupo pernambucano traça estratégia de expansão e mira oportunidades no mercado asiático, um dos mais promissores do mundo para bebidas leves e aromática

Direto do Sertão pernambucano para o outro lado do mundo, o Grupo Verano Brasil, sediado em Lagoa Grande (PE), dá passos ousados em direção à internacionalização da vitivinicultura nordestina. A empresa, que se consolidou como uma das maiores produtoras de bebidas à base de uva do Nordeste, está voltada agora para o mercado asiático, com foco especial na China, apostando no potencial dos frisantes e novas categorias de bebidas como o chopp de vinho.

Segundo o diretor comercial da companhia, Evandro Giacobbo, o movimento faz parte de um plano estruturado de expansão internacional, que começou com exportações pontuais aos Estados Unidos e ganhou corpo com a participação em feiras e exposições voltadas ao comércio entre a China e países de língua portuguesa.

“Faz parte de um plano de expansão e abertura de mercados internacionais. Temos conversas com várias frentes e, em cada uma delas, atuamos de forma específica. Entrar em feiras e exposições internacionais é uma das formas mais eficazes de aproximação com o mercado chinês — e foi o que fizemos. Além de expor, tivemos repercussão, aceitação e premiação”, explica Giacobbo.

A presença da Rio Valley, marca do grupo focada em frisantes, espumantes e bebidas inovadoras, na 2ª Exposição Econômica e Comercial China–Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX), realizada em Macau, marcou a estreia da empresa no circuito asiático. O evento reuniu representantes de cerca de 30 países e mais de 15 mil compradores profissionais. O grupo conquistou quatro prêmios internacionais com seus frisantes, o que reforçou a visibilidade da marca e abriu novas conversas comerciais na região.

Mercado asiático como próxima fronteira

O avanço do Grupo Verano Brasil para o mercado chinês ocorre em um momento de mudança no perfil do consumidor asiático, cada vez mais aberto a bebidas leves, de baixo teor alcoólico e perfil aromático, especialmente entre o público jovem.

“O mundo está cheio de tintos e brancos tradicionais. Mas a categoria dos frisantes ainda é pouco explorada — e é justamente onde queremos nos destacar. Nosso objetivo é sermos reconhecidos como a maior e melhor produtora de frisantes do Brasil”, afirma Giacobbo.

Para o diretor, o Vale do São Francisco reúne condições ideais para esse tipo de bebida: uvas frescas, base moscato e clima tropical que favorece a expressão aromática e o frescor natural. “Temos as condições perfeitas de temperatura e pressão para o sucesso dessa categoria. É uma combinação de terroir e ousadia”, destaca.

O executivo explica que a recepção dos chineses foi entusiástica, especialmente pelo caráter “inusitado” do produto. “Eles adoraram essa nova abordagem: um vinho leve, com baixo teor alcoólico, sem excesso de açúcar e levemente gasificado. É um estilo que combina com o estilo de vida contemporâneo, urbano e social do público asiático”, completa.

Inovação e risco calculado

A aposta na Ásia, contudo, não é isenta de riscos. O grupo ainda não possui um departamento de exportação estruturado, e negociações internacionais tendem a ser longas e complexas. A participação em feiras é uma estratégia de visibilidade e prospecção, mais do que de volume imediato.

“Essas negociações levam tempo. São tratativas com redes de hotéis e distribuidores interessados em produtos com apelo sensorial e conceito moderno. O importante é que o diálogo foi aberto — e esse já é um resultado estratégico”, explica Giacobbo.

A visão do executivo percebe a diversificação de mercados como um passo fundamental para o crescimento do vinho brasileiro. O mercado asiático, que concentra mais de 4 bilhões de consumidores, ainda é pouco explorado pelo setor nacional, mas apresenta enorme potencial para categorias tropicais e acessíveis, como frisantes e bebidas híbridas.

Inovação made in Sertão

Além dos frisantes, o grupo apresentou em Macau o chopp de vinho, uma categoria pouco popularizada no mundo. A bebida, feita com base de uvas americanas, combina vinho, suco e gás carbônico, resultando em um produto leve, refrescante e de baixo teor alcoólico.

“É uma proposta única. O mundo ainda não tem uma categoria definida para o chopp de vinho — é algo que precisa ser apresentado, compreendido e construído. Mas o interesse foi imediato, e estamos em conversas com potenciais compradores”, revela Giacobbo.

Com mais de 300 hectares de vinhedos próprios, produção de 100 mil litros de frisantes por mês e uma rede que mobiliza mais de 2 mil colaboradores, o Grupo Verano Brasil mostra que a vitivinicultura nordestina está pronta para o mundo. O desafio agora é transformar o interesse em negócios e consolidar o nome do Vale do São Francisco no mapa global do vinho.

 

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