
A NOVA Vinhos e Espumantes, unidade de negócios da Nova Aliança Vinícola Cooperativa, anunciou que está em fase final de desenvolvimento de dois rótulos de vinhos desalcoolizados, com lançamento previsto para 2026. A iniciativa, liderada pelo Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa, acompanha a crescente demanda global por bebidas com baixo ou nenhum teor alcoólico — segmento que, segundo a International Wine & Spirits Research (IWSR), deve crescer cerca de 7% ao ano até 2028, agregando mais de US$ 4 bilhões ao mercado mundial.
A cooperativa já estreou no segmento com o Santa Colina 0% Álcool, uma bebida gaseificada à base de suco de uva, que registrou crescimento triplicado nas vendas em apenas dez meses. Embora não seja um vinho desalcoolizado, o produto representa o primeiro passo da vinícola rumo a um portfólio mais diverso e voltado a públicos que evitam o álcool por motivos de saúde, estilo de vida ou crença.
O processo de produção de vinhos desalcoolizados, no entanto, impõe desafios. “Existem no mundo, três ou quatro processos com princípios físicos diferentes para a retirada do álcool do vinho e isso impacta diretamente em custo. Os equipamentos existentes são caros e precisam ser importados. No Brasil, os preços não são competitivos. Entretanto, estamos adiantados e em contato com diversos fornecedores de tecnologia, com alternativas bastante evoluídas”, revela o enólogo da NOVA.
Para André Gasperin, diretor técnico e enólogo chefe da vinícola, é importante diferenciar vinhos desalcoolizados de bebidas como o suco de uva. “A principal diferença está na experiência sensorial. O vinho desalcoolizado mantém a complexidade, a acidez e os taninos, enquanto o suco de uva não passa pelo processo de fermentação e não possui essa profundidade”, diz.
Tendência global, oportunidade local
O mercado de bebidas no-alcohol ou low-alcohol (noLo) é impulsionado principalmente por consumidores da Geração Z, que demonstram maior interesse por saúde, autenticidade e equilíbrio. Estudo recente da Fact.MR, empresa global de inteligência de mercado especializada em análise e previsão de tendências, projeta que o mercado global de vinhos desalcoolizados poderá alcançar US$ 7,64 bilhões até 2035, com crescimento médio anual superior a 10%.
O CEO da cooperativa, Heleno Facchin, acredita que o momento é estratégico. “Começamos este processo na metade de 2023. O Santa Colina 0% Álcool é a revolução também na taça, um produto com aceitação muito boa e que vem ganhando mais espaço no mercado. Com ele, conectamos a NOVA Vinhos e Espumantes ao futuro do consumo, mudança que vem sendo liderada pela Geração Z”, afirma.
A vinícola integra um movimento que está remodelando o panorama da vitivinicultura, especialmente em países produtores que buscam diversificar suas ofertas e conquistar novos mercados. No Brasil, onde a cultura do vinho está em crescimento, os produtos sem álcool representam uma porta de entrada para novos consumidores e uma forma de ampliar a competitividade internacional.
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