
No dia 1º de agosto, a Vêneto Mercantil celebra seus 37 anos de história. Fundada em 1988 por Léo Leonor Francescatto em Flores da Cunha (RS), a empresa tornou-se referência nacional no fornecimento de insumos enológicos, matérias-primas e materiais filtrantes para os setores vinícola, cervejeiro, alimentício, de bebidas e biodiesel. Hoje, sob gestão compartilhada com o filho Franco Francescatto, atende mais de 2 mil clientes em todo o Brasil e representa 15 empresas globais parceiras.
A expansão da empresa inclui a criação da Provin, especializada na indústria vinícola de alta gama, e um plano estratégico de crescimento na América Latina. Nesta entrevista especial, Léo e Franco refletem sobre a trajetória da empresa, as transformações do mercado, tendências em insumos e os desafios do futuro.
Entrevista | 37 anos da Vêneto Mercantil
Como surgiu a Vêneto e o que marcou a trajetória da empresa?
Léo Leonor: Nossa jornada começou em 1988, movida por sonhos, coragem e vontade de vencer. Comecei aos 14 anos numa loja de tintas do meu irmão, que também tinha uma vinícola. Percebi a oportunidade no setor de insumos enológicos. Atendíamos vinícolas locais, depois ampliamos para todo o Brasil. O grande salto veio com as parcerias internacionais.
Franco: É a história de um empreendedor que iniciou sem recursos, mas com muito trabalho. Aos poucos, fomos criando know-how, investindo em equipe qualificada e fornecedores de alto nível, o que construiu nossa cultura.
Qual foi o maior desafio nesses 37 anos?
Léo Leonor: Adaptar-se continuamente às mudanças do mercado. Inovar é essencial para crescer de forma sustentável.
Franco: Superar as expectativas do mercado sem renunciar aos nossos valores. Esse equilíbrio é o verdadeiro desafio.
O que mudou no mercado de vinhos e sucos desde a fundação da empresa?
Léo Leonor: Houve uma revolução tecnológica. A Serra Gaúcha lidera, mas novas regiões vitivinícolas também estão se desenvolvendo.
Franco: A exigência do consumidor cresceu. Isso impulsionou a indústria a buscar mais qualidade e conhecimento.
Como evoluiu o relacionamento com os vinicultores?
Léo Leonor: Sempre buscamos criar um ambiente de cooperação e troca de conhecimento.
Franco: Atuamos como catalisadores da inovação, conectando stakeholders e compartilhando soluções e tecnologias que agregam valor.
Há alguma inovação recente que vocês consideram revolucionária?
Franco: Sim. A biotecnologia em leveduras tem sido transformadora. Um exemplo são as leveduras acidificantes, que corrigem o pH do mosto biologicamente — ideal para regiões quentes. Também temos leveduras que reduzem conservantes, mantendo qualidade e reduzindo custos.
Quais as principais tendências no uso de insumos?
Franco: A tendência é que os insumos realcem a matéria-prima e auxiliem o profissional a expressar suas intenções no vinho. Tecnologias que preservam qualidade, reduzem energia e dispensam conservantes são cada vez mais valorizadas.
Houve mudança no perfil dos produtores?
Léo Leonor: Sim, os produtores estão atentos ao clima, inovação e ao consumidor.
Franco: Há demanda por vinhos mais elegantes, frutados e com menos teor alcoólico. Também cresce o mercado de vinhos desalcoolizados e bebidas à base de vinho.
O que as vinícolas mais valorizam hoje em um fornecedor?
Franco: Valorizam know-how, performance dos produtos, agilidade e confiabilidade. A entrega de valor vai além do preço.
Como é representar empresas estrangeiras?
Franco: Conectamos mercados. A cultura brasileira é complexa, especialmente em burocracia e tributos, o que surpreende nossos parceiros. Mas nossa postura é de transparência e confiança para construir pontes duradouras.
Quais os planos da Vêneto para o futuro?
Franco: Estamos expandindo para a América Latina e estruturando uma nova empresa fora do Brasil. Queremos ampliar nossa atuação sem perder a essência.
Qual o papel da Vêneto na vitivinicultura brasileira?
Franco: Já somos referência na entrega de soluções. Agora buscamos ampliar nosso reconhecimento em outras áreas, sempre com ética e excelência.
Como a empresa se prepara para os efeitos das mudanças climáticas?
Franco: As mudanças já estão ocorrendo. Usamos soluções como leveduras adaptadas a regiões de clima quente e tecnologias alinhadas às novas exigências climáticas e regionais.
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