Viticultura sustentável da Serra Gaúcha será destaque na COP30

Modelo de assistência técnica voltado à adaptação climática dos vinhedos e investimentos superiores a R$ 2 milhões por ano em sustentabilidade colocam a Cooperativa Vinícola Aurora entre os exemplos brasileiros no evento em Belém
Cobertura de solo é umas das técnicas adotadas para preservação do solo e garantia da produção – Foto: Cassiano Farina

As transformações provocadas pelas mudanças climáticas nos vinhedos da Serra Gaúcha serão apresentadas na COP30 como exemplo de adaptação sustentável baseada em ciência e cooperação. A experiência, que recebe mais de R$ 2 milhões anuais em investimentos em pesquisa e manejo agrícola, vem ampliando a resiliência da produção de uvas diante do aumento das temperaturas e da irregularidade das chuvas.

A apresentação ocorre nesta terça-feira (11), às 17h, na Green Zone, em Belém (PA), no espaço da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB).

O programa, criado em 2015, busca mitigar efeitos como erosão, perda de fertilidade do solo e escassez hídrica — desafios intensificados pelo avanço das mudanças climáticas. As ações incluem o uso de coberturas vegetais, manejo conservacionista e a difusão de conhecimento técnico entre 1.100 famílias produtoras associadas à Cooperativa Vinícola Aurora, que cultivam em média 2,8 hectares de vinhedos cada.

Com apoio técnico e científico de instituições como Emater/RS, Embrapa Uva e Vinho, Embrapa Trigo, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade de Caxias do Sul (UCS), Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), Consevitis-RS e Santagro, o programa realiza estudos de campo, dias de campo, publicações técnicas e eventos voltados à difusão do conhecimento.

Um dos destaques é a Feira Vitis Aurora, que já reuniu mais de 4 mil visitantes interessados em práticas sustentáveis aplicadas à viticultura.

Resultados das práticas sustentáveis

As propriedades que adotaram o sistema registraram redução média de cinco para até uma aplicação anual de herbicidas, além de melhorias na estrutura biológica e química dos solos. As videiras também se mostraram mais resistentes a extremos climáticos.

Durante as chuvas históricas de maio de 2024, por exemplo, áreas com cobertura vegetal apresentaram menor erosão e melhor retenção de água, evidenciando o papel das boas práticas agrícolas na adaptação ao novo regime climático.

Cooperação como resposta à crise climática

“Trata-se de um exemplo concreto de como o cooperativismo pode ser protagonista nas soluções para a crise climática. Mostramos que é possível produzir com responsabilidade ambiental e garantir renda às famílias que vivem da viticultura”, afirma Maurício Bonafé, gerente agrícola da cooperativa.

Alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 12 e 13), o programa reforça a importância da ciência e da cooperação como caminhos para a agricultura resiliente.

“A viticultura brasileira tem potencial para ser referência mundial em adaptação climática sustentável”, completa Bonafé.

 

Fonte: MCom Comunicação

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